Subiu para 13 o número de cientistas da Ufes entre os mais influentes do mundo, segundo levantamento divulgado pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, em parceria com a empresa SciTech e a editora científica Elsevier. A avaliação leva em conta a classificação em dois quesitos: o impacto do pesquisador ao longo de sua carreira e as citações em trabalhos feitas no decorrer do ano anterior – neste caso, 2023. O levantamento divide a avaliação em 22 áreas e 174 subáreas do conhecimento, incluindo Medicina, Tecnologia, Ciência, Ciências Sociais, Artes e Humanidades e a lista final é baseada nos cem mil cientistas com maior pontuação.
O ranking é divulgado anualmente e a Ufes integra a lista desde 2019, quando teve dois cientistas incluídos no levantamento. No ano seguinte, quatro pesquisadores compuseram a lista e, entre 2021 e 2022, oito estiveram presentes em cada período. No ano passado, 11 cientistas representaram a Universidade na listagem internacional. Para 2024, foram analisadas 19.732 instituições de 167 países e, dentre as 191 brasileiras, a Ufes ocupa a 17ª posição, ao lado das universidades federais de Lavras (Ufla) e de São Carlos (UFSCar).
“O fato de a Ufes estar à frente de mais de 170 universidades brasileiras no ranking diz muito sobre a excelência do ensino, da pesquisa e da extensão produzidos nos nossos quatro campi”, afirma o reitor da Ufes, Eustáquio de Castro. “Não será uma surpresa se, no próximo ano, tivermos ainda mais cientistas reconhecidos mundialmente, dadas as ações em curso. Quem ganha são nossos estudantes, técnicos e, sobretudo, a sociedade capixaba, que vê o investimento na educação pública tendo retorno”.
Para o diretor de Pesquisa da Pró-Reitoria de Pós-Graduação, Sergio Lins, o ranking expressa a relevância e o impacto das pesquisas desenvolvidas na Universidade. “A Ufes tem demonstrado um aumento do número de pesquisadores incluídos nesta lista ao longo dos anos e esse avanço sinaliza a evolução da nossa Universidade em termos de produção científica a nível internacional”, ressalta ele.
Lista
Os 13 cientistas da Ufes que estão entre os 43.178 pesquisadores brasileiros citados no levantamento são: Celso Azevedo (Ciências Biológicas); Luiz Carlos de Abreu (Educação Integrada em Saúde); Maria José Pontes e Anselmo Frizera (Engenharia Elétrica); Luís Carlos Lopes Júnior (Enfermagem); Wanderson Romão (Programa de Pós-Graduação em Química); José Geraldo Mill (Ciências Fisiológicas); Marcos Benedito de Freitas (Química); Valério Marra e Winfried Zimdahl (Física); André Amaral (Matemática Aplicada); Arnaldo Leal Júnior (Engenharia Mecânica); e Renato Krohling (Engenharia de Produção).
Citado em todas as listagens desde 2019, o professor Renato Krohling avalia que a maior participação de cientistas da Ufes contribui para a visibilidade da Universidade no cenário internacional. “Isso indica que a pesquisa feita com estudantes de doutorado, mestrado e graduação causa repercussão internacional, uma vez que outros pesquisadores estão usando nossos trabalhos”, avalia. Diferente de outras metodologias, que têm foco na quantidade de artigos publicados, o levantamento realizado pela Universidade de Stanford valoriza as citações, especialmente quando são feitas por outros pesquisadores.
Única cientista mulher da Ufes a compor a lista, a professora Maria José Pontes se diz feliz e honrada por figurar no levantamento da Stanford: “Isso dá uma visibilidade à Universidade e às mulheres que atuam em ciência e tecnologia. Acredito que pode, inclusive, motivar jovens pesquisadoras e atrair mais mulheres para atuarem na ciência”.
Para o professor Luiz Carlos de Abreu, ter seu nome citado em uma lista internacional é um estímulo para continuar com o trabalho diário de consolidação de grupos de pesquisa dentro da Universidade. “O reconhecimento é pontual e pessoal, mas deve ser estendido aos parceiros, pesquisadores, estudantes e professores”, afirma.
Servidor do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes) e vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Química da Ufes, o professor Wanderson Romão fala da importância de a pesquisa romper muros. “A ciência não deve ter barreiras e muito menos uma instituição. Ela existe para transformar a vida das pessoas e da sociedade. A notícia da Stanford vem ao encontro de um dedicado trabalho que nós, cientistas capixabas, estamos fazendo dentro das instituições. Hoje, graças à ciência, continuo transformando vidas, formando jovens cientistas e, consequentemente, contribuindo para o crescimento do nosso Estado”, finaliza.
As pessoas interessadas em conhecer os dados de todas as edições do ranking e entender como foram realizados os cálculos podem acessar o site da Elsevier ou o artigo produzido pela Universidade de Stanford. Ambos os arquivos estão em inglês.
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