A Pró-Reitoria de Extensão (Proex) vem organizando Seminários de Popularização da Extensão para informar e sensibilizar os 11 centros de ensino dos quatro campi da Ufes, além da Superintendência de Educação a Distância (Sead), sobre a importância da creditação da extensão universitária. A intenção é fortalecer e democratizar o conhecimento, por meio da intensificação da interação entre a Universidade e a sociedade, e cumprir os dispositivos do Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014.
De acordo com o processo de creditação universitária, pelo menos 10% da carga horária do estudante de graduação deverá ser dedicada a atividades extensionistas. Com isso, os Projetos Pedagógicos de Cursos (PCCs) estão sendo atualizados, passando a conter uma descrição sobre como as ações de extensão serão desenvolvidas pelos alunos regularmente matriculados, seguindo as normas estabelecidas pelo PNE e pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe/Ufes).
Debates
Nos seminários, a equipe da Proex tem debatido com a comunidade acadêmica sobre o processo de creditação nos projetos pedagógicos dos cursos de graduação e a importância das ações extensionistas na formação dos estudantes. Segundo o diretor de Política Extensionista da Proex, Jorge Luiz dos Santos Junior, só neste mês de setembro, cinco centros já foram visitados e sensibilizados a respeito de “interdisciplinaridade, interação dialógica, transformação social e todo o potencial formativo que a extensão oferece”.
Segundo o pró-reitor de Extensão, Ednilson Felipe, somente na década de 1960 os temas ligados à extensão passaram a fazer parte do debate nas universidades brasileiras, e ainda assim não havia uma base pedagógica para a extensão, que era vista como uma questão voluntária. “Com a creditação, as ações extensionistas ganham também um caráter pedagógico. Os estudantes passarão a ter contato com a comunidade e com suas múltiplas realidades desde o seu processo formativo. É a forma de a Ufes disponibilizar para a sociedade todas as competências que está formando e ainda usá-las para o bom desenvolvimento dessa sociedade”, avalia.
Regulamentação
Na Ufes, a creditação da extensão foi regulamentada pela resolução 48/2021 do Cepe, que estabelece três possibilidades para a creditação no PCC de cada curso: componente curricular de prática extensionista (disciplinas com 100% da carga horária dedicada a atividades de extensão); componente curricular misto (disciplinas divididas entre atividades teóricas e extensionistas); e atividades de extensão não vinculadas a disciplinas. A resolução do Cepe estabelece ainda que a inclusão dos 10% de ações de extensão não deve acarretar em aumento da carga horária total do curso.
Para Santos Junior, a extensão universitária sempre foi um dos pilares fundamentais na construção do papel das universidades públicas no Brasil e a decisão de curricularizar a ação extensionista é propícia em um ambiente no qual o aprendizado teórico se encontra com a prática: “Trata-se de muito mais do que uma obrigação regulatória. É uma oportunidade para que a Universidade se torne um agente ainda mais ativo na sociedade. Essa integração fortalece a responsabilidade social da Ufes e amplia o impacto das suas ações, tornando a formação acadêmica mais significativa e conectada com a realidade do país”.
Segundo o pró-reitor, a creditação é um processo de aprendizagem contínuo, que não está completamente finalizado. “Desde o início do processo de creditação, por volta de 2018, a Proex vem somando esforços, agindo, formando e informando sobre essa grande oportunidade de cada curso da Ufes se fazer mais presente em cada comunidade e em cada realidade do Espírito Santo. Aqui no Estado, para além de uma visão beneficente ou assistencialista, a extensão passou a ser vista como contribuição da Ufes para o desenvolvimento social, ambiental, econômico e tecnológico da sociedade”, finaliza.
O site da Proex traz mais informações sobre o processo de creditação e sobre as ações desenvolvidas para valorizar a extensão na Ufes.
Foto: Grupo Andora