Universidade Federal do Espírito Santo
Após reformas estruturais para melhorar a experiência do seu público cativo, o Cine Metrópolis retorna à rotina de programações semanais nesta quinta-feira, 30. Com novo layout e sistema de projeção, além de estreias nacionais e internacionais, o cinema vai abrigar mostras especiais e eventos culturais e acadêmicos em 2024, quando o movimento cineclubista no Espírito Santo completa 50 anos.
As melhorias na sala de exibição abrangem acessibilidade, com espaços reservados para cadeirantes e assentos para pessoas com mobilidade reduzida e pessoas obesas, incluindo acompanhantes; poltronas com assento retrátil e porta-copos, substituindo as icônicas poltronas azuis que receberam o público por três décadas; aprimoramento da climatização; e modernização dos sistemas de projeção e de som, com aquisição de um novo projetor DCP (digital cinema package), sistema digital de som 7.1 e tela microperfurada.
Segundo o secretário de Cultura da Ufes, Rogério Borges, o investimento da Universidade nas reformas do Cine Metrópolis foi de R$ 850 mil, e as melhorias devem continuar ao longo do ano. “Estamos licitando a nova cantina e em breve vamos licitar a instalação do novo piso em carpete antichamas, que pretendemos realizar em dezembro, durante o recesso acadêmico”, afirma.
Para Borges, com a nova estrutura, o Metrópolis, há anos referência no circuito de cinema autoral, equipara-se tecnicamente aos maiores cinemas comerciais do estado. “Nossas dificuldades são em relação a pagamentos de direitos de exibição, porque devemos seguir burocracias que limitam nossa velocidade”, afirma ele, que vê no retorno do cinema também uma possibilidade de novos encontros: “O cinema é um ponto de convivência importante. A gratuidade para os estudantes contribui para isso”.
Em busca de fortalecer a programação paralelamente às estreias semanais, em breve o Cine Metrópolis lançará um edital para inscrições de projetos de mostras. Ao longo de 2024, o público poderá prestigiar programações especiais, como a mostra Constelações Indígenas. Além das exibições em homenagem aos povos originários, o cinema receberá mais uma edição do festival CineMarias, do Festivalzinho de Cinema de Vitória e da mostra Outros Olhares. Celebrando os 70 anos da Ufes e 50 anos da fundação do Cineclube Universitário, que daria origem ao Metrópolis nos anos 1990, o cinema promoverá também um evento especial dedicado ao cineclubismo capixaba.
Estreias
Para marcar o retorno da programação, o Cine Metrópolis estreia o filme capixaba Toda Noite Estarei Lá, dirigido por Suellen Vasconcelos e Tati Franklin, que acompanha a luta da cabeleireira transexual Mel Rosário pelo direito constitucional à liberdade religiosa. Premiado em diversos festivais, como Olhar de Cinema (Melhor Direção e Melhor Atuação) e For Rainbow (Melhor Atriz, Melhor Trilha Sonora, Melhor Direção de Arte), o filme terá sessão especial com presença das diretoras, atriz e equipe nesta quinta-feira, às 19h30.
A outra estreia da semana é A Filha do Palhaço, dirigido por Pedro Diógenes. O filme traz a história de Joana, uma adolescente de 14 anos que passa uma semana com seu pai, Renato, um humorista de Fortaleza. Com um elenco que inclui Lis Sutter, Demick Lopes e Jesuíta Barbosa, o filme foi eleito o melhor pelo júri popular na 26ª Mostra de Cinema de Tiradentes.
Além das estreias, o curso Imagens do Cinema exibirá o clássico de Bernardo Bertolucci, Os Sonhadores, na próxima quarta-feira, 5, às 13 horas. Após a sessão, ocorrerá um debate com o professor do Departamento de Comunicação Social (DepCom) Fabio Camarneiro. A entrada para essa sessão é gratuita.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz de 30 de maio a 5 de junho:
Toda Noite Estarei Lá, de Suellen Vasconcelos e Tati Franklin (2023, 72 minutos)
Impedida de frequentar o culto de sua preferência, Mel não desiste de professar a sua fé. Toda noite ela prepara cartazes e os leva para a porta da igreja, à espera do dia em que poderá voltar a entrar. Ao longo de anos marcados pela ascensão de um governo ultraconservador e pelas dificuldades trazidas por uma inesperada pandemia, o documentário acompanha a luta da cabeleireira transexual por fazer valer o seu direito constitucional à liberdade religiosa. Não recomendado para menores de 12 anos.
A Filha do Palhaço, de Pedro Diogenes (2022, 104 minutos)
Joana, uma adolescente de 14 anos, aparece para passar uma semana com o pai, Renato, um humorista que apresenta seus shows em churrascarias, bares e casas noturnas de Fortaleza interpretando a personagem Silvanelly. Apesar de mal se conhecerem, pai e filha terão que conviver durante essa semana, vivendo novas experiências, que irão transformar sua relação e suas vidas. Não recomendado para menores de 16 anos.
Curso Imagens do Cinema
Os Sonhadores, de Bernardo Bertolucci (2003, 115 minutos)
Em 1968, o jovem Matthew vai estudar em Paris, onde conhece os gêmeos Isabelle e Theo. Os três logo se tornam amigos, dividindo experiências e relacionamentos, enquanto Paris vive a efervescência da revolução estudantil. Não recomendado para menores de 16 anos.
Veja os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.
Fotos: Ana Oggioni e divulgação
