“Sou grato a Deus todos os dias, pois tenho uma máquina que faz o que meus rins não fazem mais. Sei que uma hora o transplante irá chegar e aí dou mais um passo nesta caminhada de não precisar da máquina, mas continuarei fazendo com dedicação e zelo meu tratamento”. Com estas palavras, o paciente José Luis de Castro Freitas (foto) tenta transmitir uma mensagem de esperança a todos os que esperam pela doação de um órgão e, ao mesmo tempo, quebrar a imagem tradicional da hemodiálise.
Nesta quarta, 27 de setembro, é celebrado o Dia Nacional da Doação de Órgãos. A data faz parte da campanha Setembro Verde, criada a partir da Lei 15.463/2014 com o objetivo de conscientizar a população sobre a importância da doação de órgãos.
Freitas visita o Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam-Ufes) três vezes por semana, fazendo sessões de quatro horas de hemodiálise e, diferente do que pensa muita gente, tem uma visão positiva desta rotina, agradecendo pelo fato de ter o serviço à sua disposição no Hucam.
“A gente pensa que quem faz hemodiálise chegou no fundo do poço, mas posso dizer que hemodiálise é vida. Não reclamo e muito menos fico triste pois preciso da máquina para viver, muito pelo contrário, sou resiliente, persistente, fiel, e dedicado ao meu tratamento. Preciso fazer a minha parte pois ninguém pode fazer por mim, e sei que Deus está fazendo a dele”, afirma.
Atualmente com 45 anos, o paciente passou por tratamento convencional para a doença policística quando tinha 30 anos e, em 2021, iniciou a hemodiálise. Desde então, está na fila para um transplante, à espera de um doador com rim compatível. “As pessoas e as famílias precisam entender a importância da doação. Esta atitude permite que outra pessoa viva e mantém efetivamente a lembrança da pessoa que teve o órgão doado”, destaca.
Conscientização
A chefe substituta da Unidade de Nefrologia do Hucam, a nefrologista Alice Pignaton Naseri, ressalta a importância de conscientizar as famílias sobre os benefícios da doação. Segunda ela, atualmente há 1.037 pacientes aguardando por uma doação no Espírito Santo, sendo que esta espera dura em média 45 meses.
A médica explicou que, apesar de estar na fila, o processo para definição de quem fará o transplante não é tão simples, pois há um sistema de pontuação que leva em conta o grau de compatibilidade entre o doador e o possível receptor. “Mesmo que uma pessoa esteja há mais tempo na fila, é levada em conta esta compatibilidade do órgão do doador com o candidato a receptor, que é imprescindível para o sucesso do transplante”, explica.
A Unidade de Nefrologia do Hucam atualmente atende 37 pacientes que fazem hemodiálise e 43 que são submetidos a diálise peritoneal, que fazem o tratamento pelo abdômen, em casa, mas são assistidos pela equipe do hospital. No ambulatório, a unidade atende de 250 a 300 pacientes renais em tratamento por mês.
Texto e foto: Unidade de Comunicação do Hucam-Ufes
Edição: Thereza Marinho