Projeto de pesquisa orienta a população sobre prevenção e diagnóstico do câncer de boca

07/11/2025 - 15:24  •  Atualizado 07/11/2025 15:36
Texto: Tatiana Moura     Edição: Thereza Marinho
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Mobilizar a população para a prevenção e o diagnóstico do câncer de boca em estágio inicial é a missão do projeto de pesquisa Prevenir, desenvolvido por pesquisadores da Ufes em parceria com a Associação Feminina de Educação e Combate ao Câncer (Afecc). Além de realizar estudos, os profissionais atuam junto à Rede de Atenção Primária à Saúde (APS) do Espírito Santo, com ações de conscientização dos trabalhadores da saúde, treinamentos e oferta de materiais didáticos que orientam o rastreamento da população de risco para a doença.

Criado há mais de 30 anos, o projeto vem sendo reformulado com apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A equipe multidisciplinar é composta por 20 pesquisadores de áreas como medicina, odontologia, fonoaudiologia, farmácia, biomedicina, gestão pública, jornalismo e ciência da computação.

Alerta

Feridas na boca que não cicatrizam, caroços, dor e dificuldade de realizar atividades comuns, como falar e mastigar, e manchas brancas ou avermelhadas são algumas alterações que acendem o sinal de alerta para o desenvolvimento do câncer. Durante os encontros, pesquisadores orientam agentes comunitários de saúde sobre os sinais e sintomas da doença, alertando para que reconheçam e encaminhem os indivíduos em risco para atendimentos regulares de saúde bucal com dentistas das Unidades de Saúde. Já fumantes e pessoas que sofrem com o alcoolismo são direcionados aos programas públicos de combate a essas dependências.

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Foto de uma pesquisadora fazendo uma palestra sobre o tema em um auditório
Durante os encontros, pesquisadores orientam agentes comunitários de saúde sobre os sinais e sintomas da doença

A descoberta do câncer de boca em estágio inicial é de fundamental importância, pois permite o diagnóstico precoce e, consequentemente, o início do tratamento em uma fase em que o tumor ainda está restrito ao local de origem, sem invasão profunda nem metástases regionais, conforme explica a professora do Departamento de Patologia Sandra von Zeidler: “Nesses casos, as taxas de sobrevida em cinco anos podem ultrapassar 80%, em contraste com menos de 50% quando o diagnóstico ocorre em estágios avançados. Além disso, o tratamento em fases iniciais é menos agressivo, com menor impacto funcional e estético, preservando a fala, a mastigação e a qualidade de vida do paciente. O diagnóstico precoce também reduz custos assistenciais e possibilita melhores resultados terapêuticos”.

Ela ainda explica que evitar a doença requer a adoção de hábitos simples e atenção à saúde bucal. Entre as principais recomendações estão não fumar nem usar produtos de tabaco, evitar o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, visitar o dentista regularmente, usar protetor labial com filtro solar, vacinar contra o HPV e praticar sexo seguro.

Para solicitar a visita da equipe do projeto Prevenir, gestores de unidades de saúde devem entrar em contato com a coordenação pelo e-mail sandra.zeidler@ufes.br.

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