"A essência da governança no poder público é a criação de valor social tangível", afirma conselheiro do TCE em Encontro de Auditorias

05/11/2025 - 18:12  •  Atualizado 05/11/2025 18:35
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Foto do conselheiro Rodrigo Coelho durante sua palestra

O auditório Manoel Vereza, localizado no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), recebeu grande público nesta quarta-feira, 5, para o II Encontro de Auditorias Governamentais. Realizado pela Auditoria Interna da Ufes (Audin/Ufes), em parceria com o Departamento de Ciências Contábeis e o Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis da Universidade, o evento contou com falas institucionais, palestras e apresentação musical do Quarteto de Saxofone Marlin, da Faculdade de Música do Espírito Santo Maurício de Oliveira (Fames).

Com o tema A auditoria como instrumento de governança, o seminário debateu práticas, normas e tendências acerca da auditoria no setor público. A mesa de abertura foi composta pelo reitor da Ufes, Eustáquio de Castro; a vice-reitora da Universidade, Sonia Lopes; a auditora federal de Finanças e Controle da Controladoria-Geral da União (CGU), Raquel Junqueira; o diretor do CCJE, Hélio Zanquetto Filho; e a auditora-geral da Ufes, Crisley Dalto. Estiveram presentes, também, autoridades públicas como o secretário de Estado de Controle e Transparência (Secont/ES), Edmar Camata; e o diretor-geral da Fames, Fabiano Costa; profissionais das áreas de Ciências Contábeis, Administração e Direito; além de estudantes e servidores da Universidade.

O reitor Eustáquio de Castro destacou o papel “orientativo” dos órgãos de controle, como a Diretoria de Governança, Controles Internos e Integridade (DGCI) da Ufes, que otimiza os processos administrativos da Universidade. “A DGCI tem ajudado bastante na nossa gestão. Ela é o órgão que permite à gestão ser mais eficaz, entregando um produto melhor para a sociedade, que é quem financia as nossas atividades. Às vezes temos vontade política de fazer as coisas, mas há fatores que precisam ser respeitados, como a conformidade e a integridade. As auditorias servem para nos orientar nesse sentido”, disse o reitor.

Presidente da comissão organizadora do evento, Crisley Dalto salientou que a Audin/Ufes existe para “agregar valor à gestão, à governança, aos controles internos e à gestão de risco”, para que a missão institucional da Ufes seja cumprida. “A Universidade tem a missão de gerar avanços científicos, tecnológicos, artísticos, culturais e sociais para a sociedade. Quando entendemos nosso papel, nosso trabalho se torna prazeroso, pois estamos contribuindo para uma administração pública eficiente e eficaz”, disse.

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Foto da mesa de abertura do evento
Mesa de abertura do evento

Valor social

Após a solenidade de abertura do seminário, teve início a palestra magna O Novo Papel do Controle na Cultura de Governança, ministrada pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Espírito Santo (TCE/ES), Rodrigo Coelho. Durante a exposição, Coelho definiu a essência da governança no poder público como a criação de “valor social tangível, mensurável e percebido”.

“Na governança corporativa, quando o conjunto de acionistas recebe um plano de metas, o retorno que ele espera é o lucro. No caso do poder público, o que esperamos é valor público, ou seja, resultados que melhorem a vida das pessoas”, disse. “Enquanto o foco estiver no cumprimento formal e não na geração de valor, a governança continuará tecnocrática e distante do seu propósito original”.

Embora haja uma “repulsa quando se fala em controle para a sociedade”, diz Coelho, o controle é uma etapa fundamental da gestão. “Ninguém fica feliz quando sabe que tem auditoria. Mas não há uma ótima gestão sem um ótimo controle. O controle é utilizado para melhorar os processos de trabalho para o valor público que desejamos”, afirma. Para ele, enquanto o modelo tradicional de controle pregava reação, correção e punição, a nova proposta deve trabalhar em parceria com a gestão. “O controle nasceu para corrigir desvios, mas só será transformado quando passar a preveni-los. O novo modelo tem que ser estratégico, preditivo, indutor e parceiro da gestão. Ele será o indutor da maturidade institucional, deixando de ser um fiscal do passado para ser um arquiteto do futuro”, diz.

Programação

Além da palestra magna, o II Encontro de Auditorias Governamentais promove, até as 20 horas desta quarta, palestras com Janaina Ribeiro, secretária federal adjunta da CGU; Janilson Suzart, auditor federal de Finanças e Controle da CGU; Leandro Brum, auditor federal de Controle Externo do Tribunal de Contas da União (TCU); Simone Velten, auditora de Controle Externo do TCE/ES; e Simony Ratis, auditora da Secont/ES.

O evento está sendo transmitido pelo canal da Superintendência de Educação à Distância da Ufes (Sead) no YouTube.

Fotos: Leandro Reis

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