Espírito Santo ganha duas estações para monitoramento de terremotos e abalos sísmicos

03/07/2025 - 19:16  •  Atualizado 03/07/2025 19:45
Texto: Sueli de Freitas     Edição: Thereza Marinho
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Foto aérea da Base Oceanográfica da Ufes

O Laboratório de Neotectônica e Sismológico (Lanesi) da Ufes e o Laboratório de Geofísica Aplicada (LGA) do Observatório Nacional, instituição científica localizada no Rio de Janeiro, instalaram duas estações sismográficas temporárias no Espírito Santo, que servirão para monitorar terremotos e abalos sísmicos no estado. Uma delas, que leva o nome ARA01, fica na Base Oceanográfica da Ufes, em Aracruz. Já a estação ITA01 foi instalada no Parque Estadual de Itaúnas, em Conceição da Barra, contando com o suporte do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) para viabilizar a presença do equipamento na área de proteção ambiental.

A instalação foi conduzida pela equipe do Observatório com o apoio da professora do Departamento de Geografia Luiza Bricalli, integrante do Lanesi. O projeto, intitulado RSBR-Mar, é coordenado pelo pesquisador do Observatório Nacional Sérgio Fontes e compõe um braço da Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), que visa expandir os trabalhos para o mar.

Prevenção de crises

O Espírito Santo, segundo Bricalli, tem eventos sísmicos recorrentes — como os três terremotos registrados entre 2019 e 2024 —, ocorrência de deslizamentos de terra e enchentes causadas pelas mudanças climáticas, além da crescente preocupação de afundamento do solo devido às especulações sobre a extração de sal-gema no norte do estado. “Tudo isso reforça a necessidade urgente de democratizar o conhecimento sobre esses fenômenos, que representam ameaças significativas às populações, especialmente em regiões urbanizadas ou com ocupação inadequada”, afirmou a professora.

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Foto do sismógrafo instalado na estação sismográfica ARA01
Sismógrafo instalado na estação Base Oceanográfica da Ufes em Aracruz

Para ela, “a compreensão desses processos permite a elaboração de políticas públicas eficazes para prevenir crises, reduzir vulnerabilidades, fazer um planejamento territorial sustentável e mitigar danos ambientais e humanos, promovendo um desenvolvimento  responsável, com equilíbrio entre economia e preservação do meio ambiente”.

Segundo a professora, a localização estratégica dos sismógrafos em Aracruz e Conceição da Barra permitirá a captação de dados mais precisos, beneficiando tanto a pesquisa acadêmica quanto a gestão pública.

Amazônia Azul

De acordo com o Observatório Nacional, no solo capixaba estão duas de um total de seis estações temporárias para monitoramento sísmico na costa sudeste do país, especialmente na área chamada de Amazônia Azul. Nos próximos meses, novas instalações serão realizadas em pontos estratégicos do continente e em ilhas do litoral dos estados do Rio de Janeiro e de São Paulo. O projeto também prevê a instalação de sismógrafos de fundo oceânico e hidrofones flutuantes, compondo um sistema de monitoramento sísmico inédito no Brasil.

Imagens: Acervo do projeto

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