
Pessoas com mais de 18 anos que tenham diagnóstico clínico de pré-diabetes, apresentem obesidade ou sobrepeso, morem na Região Metropolitana da Grande Vitória e se interessem em participar de um estudo científico que visa avaliar se a mudança em hábitos de vida, como alimentação e atividade física, ajuda na prevenção do Diabetes Mellitus Tipo 2 (DM 2) já podem se inscrever no Programa de Prevenção de Diabetes (Proven-Dia). A pesquisa é de âmbito nacional e, no Espírito Santo, será conduzida por uma equipe de professores e técnicos da Ufes que utilizará a infraestrutura do Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam/Ufes) para realizar os atendimentos e a coleta de amostras.
Os voluntários que se encaixem no perfil descrito e também não fazem acompanhamento individual de alimentação ou exercício físico há seis meses podem se inscrever até o fim deste ano e aguardar o contato da equipe para agendamento da entrevista e da coleta de sangue. A participação é gratuita e o monitoramento, que inclui avaliações presenciais e por telefone, terá duração de três anos.
Uma das pesquisadoras locais do Proven-Dia é a médica da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS/Ufes) Karina França, que explica o que se enquadraria como pré-diabetes e sobrepeso ou obesidade: “A pré-diabetes acontece quando os níveis de glicose no sangue estão um pouco mais elevados, mas não tanto a ponto de a pessoa ser considerada diabética. Neste caso, o exame de hemoglobina glicada apresenta taxas entre 5,7 e 6,4%. Já obesidade ou sobrepeso é diagnosticada em caso de índice de massa corpórea (IMC) entre 25 e 34,9”.
A pesquisa acontecerá, simultaneamente, em 30 cidades de todo o país, coletando amostras de 1.590 participantes. Os voluntários serão alocados nos grupos intervenção presencial, intervenção remota ou grupo controle, e serão avaliados quanto à incidência de DM 2, peso, atividade física e outros indicadores.
Para a coordenadora local do estudo, Luciane Salaroli, a participação da Ufes fortalece a relevância científica e estratégica da Universidade no enfrentamento do DM2, além de promover cuidados preventivos com base em evidências. “O estudo pode influenciar políticas públicas, fortalecer a Atenção Primária e gerar impacto positivo na gestão dos serviços de saúde, com foco na sustentabilidade, custo-efetividade e integração entre ciência, política e assistência”, avalia.
Contexto brasileiro
O Programa de Prevenção de Diabetes é inspirado no Diabetes Prevention Program, realizado nos Estados Unidos. A coordenação nacional está a cargo da Beneficência Portuguesa de São Paulo, que tem apoio do Ministério da Saúde para organizar o estudo Efetividade do Programa de Prevenção de Diabetes na incidência de Diabetes Mellitus Tipo 2 entre indivíduos brasileiros: estudo Proven-Dia. “Trata-se de um ensaio clínico randomizado, controlado e multicêntrico que está completamente adaptado ao contexto brasileiro e alinhado às diretrizes do Sistema Único de Saúde (SUS)”, ressalta Salaroli.
Pessoas com diagnóstico de diabetes; que fazem uso de medicamento ou insulina para diminuir a glicose; que têm doença renal, asma ou doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC); que já passaram por cirurgia de estômago, intestino ou fígado; ou tiveram infarto, angina (dor no peito) ou acidente vascular cerebral (AVC, popularmente conhecido como derrame) não são elegíveis para participar do estudo.
Imagem: Freepik