Lançamento da Escola de Conselhos lembra Araceli e marca compromisso da Ufes com direitos da criança e do adolescente

16/05/2025 - 17:53  •  Atualizado 16/05/2025 18:00
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Foto do auditório com os participantes do evento

Às vésperas do Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, celebrado em 18 de maio, a Ufes contou com a presença de diversos representantes de conselhos tutelares e de direitos para o lançamento da Escola de Conselhos, nesta sexta-feira, 16. O evento aconteceu no Auditório Manoel Vereza, localizado no Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas (CCJE), e apresentou à sociedade o projeto de extensão que tem a proposta de oferecer formação continuada aos atores sociais responsáveis pela efetivação dos direitos integrais de crianças e adolescentes.

O reitor da Ufes, Eustáquio de Castro, classificou o momento como “histórico” e afirmou que Universidade está comprometida em produzir conhecimento para atender essa demanda social brasileira, que é grande. “O país tem uma dívida grande com as pessoas. Esse projeto de extensão é uma demanda bem antiga e traduz de forma concreta nosso compromisso com a defesa dos direitos humanos, em especial a proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes. Nosso papel como universidade vai além da formação técnica e científica. A Ufes é a casa do povo do Espírito Santo. Temos responsabilidade de produzir conhecimentos socialmente comprometidos e contribuir para a sustentabilidade das políticas públicas”, disse.

Na ocasião, o reitor da Ufes “batizou” o projeto com o nome de Escola de Conselhos Araceli Cabrera Sánchez Crespo, em homenagem à menina de 8 anos que foi sequestrada, violentada e assassinada em Vitória em 18 de maio de 1973. Em sua memória foi instituído o Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes. “É uma honra para a Ufes lançar esse projeto”, destacou ele.

Participaram do lançamento a coordenadora geral de Fortalecimento do Sistema de Garantia de Direitos do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDH), Clayse Moreira e Silva; a presidenta da Comissão Permanente de Defesa dos Direitos Humanos na Assembleia Legislativa do Espírito Santo, deputada Camila Valadão; o subsectetário estadual de Direitos Humanos, Renan Cadais; o representante do Fórum Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente, Clerismar Lyrio; a presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Criad), Rosânia Soares; a coordenadora do Núcleo Especializado da Infância e Juventude e defensora pública, Adriana Peres; a professora da Ufes e coordenadora da Escola de Conselhos do Espírito Santo, Luizane Guedes; a representante dos conselhos tutelares do estado, Carolina Prata; a promotora de Justiça de Iconha, Ana Lúcia Hipólito; e da adolescente Sthefany Teixeira, integrante do Comitê de Participação Adolescente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente; além de autoridades do poder público.

Formação colaborativa

Desenvolvido em parceria com o Criad e o MDH, o projeto visa contribuir para o fortalecimento dos organismos institucionais estratégicos que atuam na efetivação das políticas públicas de proteção integral para a infância e a adolescência. Segundo Luizane Guedes, a iniciativa surgiu há cerca de um ano e quatro meses, e foi pensada em conjunto com a professora Keila da Silva, do Instituto Raízes.

“A proposta da Escola de Conselhos é ‘construir com’. Não pensar a formação ‘para’, mas pensar em colaboração”, disse. “Passada a implementação, hoje, a ideia é que o próximo passo seja uma mobilização, principalmente de representantes do interior”, afirmou ela.

O projeto consistirá, a princípio, em uma formação inicial de 100 horas, contemplando temas relacionados à infância, adolescência e direitos humanos, programada para ocorrer nos próximos 12 meses. “Essa formação básica é que vai garantir uma base de igualdade para todos os conselhos. Depois pensaremos em uma formação avançada”, explicou. A Escola de Conselhos terá aulas presenciais e on-line em dez polos de atuação: Barra de São Francisco, Colatina, Santa Teresa, Domingos Martins, Alegre, Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Linhares, Guarapari e Grande Vitória.

Durante o evento, houve ainda a posse oficial do conselho gestor do projeto, composto por Elisangela Marquesi (Criad), Larissa Aledi (Secretaria de Estado de Direitos Humanos - SEDH), Clerismar Lyrio (Fórum Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente), Luizane Guedes e Keila da Silva.

Foto: Leandro Reis

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