Dia dos Povos Indígenas: reconhecimento e respeito às culturas, aos saberes e aos modos de vida dos povos originários

18/04/2025 - 19:20  •  Atualizado 18/04/2025 20:00
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Foto da formatura da primeira turma do Prolind

No Dia dos Povos Indígenas, celebrado em 19 de abril, a Ufes destaca a importância de reconhecer e respeitar as culturas, os saberes e os modos de vida dos povos originários. É com essa proposta e com o objetivo de consolidar seu compromisso com a educação específica e diferenciada dessas comunidades, garantida pela Constituição Federal, que a Universidade oferece atualmente os cursos de Licenciatura Intercultural Indígena e o curso de Pedagogia Intercultural Indígena (PIIND), que visam atender necessidades específicas desses povos, promovendo uma formação que articula o saber acadêmico com as vivências indígenas.

Os primeiros participantes da Licenciatura ingressaram na Ufes em julho de 2015, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação, em parceria com a Universidade. A criação do curso atendeu a uma reivindicação dos povos Tupinikim e Guarani do Espírito Santo, por formação de seu quadro de professores em nível superior, garantindo o reconhecimento de seus direitos diferenciados, a valorização de seus saberes e práticas e sua qualificação como educadores e sujeitos políticos.

Em 2022, foram graduados 51 estudantes (foto) na primeira turma, sendo 28 na habilitação Arte, Linguagem e Comunicação; dez em Ciências da Natureza e Matemática e 13 em Ciências Sociais e Humanidades. Veja como foi a formatura na matéria produzida pela TV Ufes.

Já a primeira turma do PIIND ingressou na Ufes em 2024. O curso forma professores indígenas para exercer funções de magistério na Educação Infantil e nos anos iniciais do Ensino Fundamental, na gestão escolar e na gestão de projetos de etnodesenvolvimento do território.

Os dois cursos, juntos, asseguram 70 vagas para estudantes indígenas, que participam de um processo seletivo diferenciado no qual são consideradas, entre outras questões, a interação do candidato com sua comunidade. 

Além disso, a Ufes aprovou, no final do ano passado, a oferta obrigatória de duas vagas anuais para indígenas em todos os seus cursos de graduação.

Fonte com caracteres indígenas

Também em 2024, a família tipográfica Ufes Sans, desenvolvida pelo Laboratório de Projetos em Design da Ufes (Prodesign Ufes) ganhou uma segunda versão inédita (a primeira foi lançada em 2018), com caracteres que possibilitam sua utilização para a escrita de algumas línguas indígenas brasileiras. 

A inclusão do suporte a idiomas originários na família Ufes Sans aconteceu a partir da demanda da produção de livros didáticos voltados para os conhecimentos indígenas, escritos junto a esses povos e em seus idiomas, mas também contribui para que estudantes indígenas possam produzir suas pesquisas, dissertações e teses em suas línguas. Veja mais nessa matéria produzida pela TV Ufes

A família Ufes Sans atende às especificidades da língua Guarani Mbyá (falada pelo povo homônimo nas aldeias de Aracruz/ES), Maxakali (falado em Minas Gerais) e Patxôhã (falado pelos Pataxó, na Bahia), além de também poder ser utilizada na escrita do Tupi Antigo – língua que está em processo de revitalização pelo povo Tupinikim (Aracruz/ES).

Ao celebrar o Dia dos Povos Indígenas, a Ufes destaca a importância de promover a inclusão, respeitar a diversidade, combater o preconceito e assegurar a todas as pessoas, de todos os povos, o direito a uma educação pública, gratuita e de qualidade. 

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