Ufes cria comissão para instituir políticas de ações afirmativas de acesso à iniciação científica

09/10/2024 - 15:49  •  Atualizado 09/10/2024 18:25
Texto: Adriana Damasceno     Edição: Thereza Marinho
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Imagem de um estudante negro e cadeirante estudando ao lado de uma estudante branca.

A Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação (PRPPG) da Ufes instituiu uma comissão, composta por 11 servidores (incluindo técnicos-administrativos e professores) de diversas áreas de conhecimento, para propor uma normativa que contemple ações afirmativas para ingresso de estudantes de graduação no Programa Institucional de Iniciação Científica (Piic/Ufes). A comissão está em fase de discussão acerca dos desafios da implementação da política de ações afirmativas no contexto da iniciação científica (IC), e a comunidade acadêmica pode contribuir com o envio de sugestões por meio deste formulário.

Segundo o diretor de Pesquisa da PRPPG, Sergio Lins, a normativa é uma forma de assegurar a participação proporcional na IC de estudantes negros (pretos e pardos), indígenas, quilombolas, pessoas com deficiência e outros grupos populacionais historicamente sub-representados nos espaços acadêmicos. “Este tipo de política já se encontra implementada no ingresso de estudantes nos níveis de graduação e pós-graduação em nossa Universidade, de modo que sua implementação na iniciação científica permitirá garantir a continuidade dessas ações no intervalo temporal situado entre esses dois níveis”, explica.

Acesso

O ingresso do estudante na IC ocorre de modo diferente do que acontece nos processos seletivos da graduação ou dos programas de pós-graduação. Na IC, em geral o professor orientador seleciona o aluno a partir de critérios próprios, além de seguir as regras estabelecidas pelo Piic e pela agência financiadora, no caso de bolsistas. Estimativas da PRPPG dão conta de que aproximadamente 80% dos estudantes de graduação que atuam na IC vão, posteriormente, ingressar na pós-graduação.

Em abril, o Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) aprovou a Resolução 80/2024, que institui a política de ações afirmativas nos cursos e programas de pós-graduação da Ufes, por meio de ofertas de vagas para pessoas negras; indígenas e quilombolas; pessoas com deficiência (PcD); pessoas travestis e transexuais; e refugiados. “Oportunizar o acesso do aluno à iniciação científica por meio de ações afirmativas é ainda mais importante à luz dos objetivos do Piic, dentre os quais está previsto o preparo dos estudantes para a pós-graduação”, finaliza Lins. 

De acordo com o diretor, a comissão trabalha para que a normativa possa entrar em vigor tão logo seja criada e analisada pelos órgãos superiores da Ufes.

Imagem: Freepik

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