Ufes desenvolve retardante de chamas sustentável, biodegradável e renovável

22/09/2023 - 11:36  •  Atualizado 25/09/2023 15:56
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Um retardante de chamas produzido na Ufes por meio da startup B-612 Soluções Sustentáveis promete ser mais eficiente e ambientalmente sustentável que os disponíveis no mercado. Desenvolvido pelas pesquisadoras Heliane Amaral e Tainara Guerra, doutoras em Química pela Ufes, sob supervisão do professor do Departamento de Física Jair Freitas, o produto é constituído por celulose e óxido de grafeno, tendo a característica de ser menos poluente em comparação com os demais.

Os retardantes de chamas são materiais químicos que têm por função retardar a velocidade de propagação de um foco de incêndio. O diferencial do produto desenvolvido na Ufes é a não emissão de fumaça tóxica. Com 90% de celulose em sua composição, caso venha a queimar, a emissão gasosa não será tão tóxica quanto as outras, o que o torna sustentável, além de biodegradável.

Outro fator positivo do produto é sua versatilidade, já que ele pode ser apresentado tanto em suspensão líquida quanto na forma sólida. “Podemos adicioná-lo na base de uma tinta epóxi, usada como revestimento em diversas superfícies, como madeira, aço e cerâmica. Dessa forma, se esses materiais forem expostos ao fogo, não serão responsáveis por alimentar um incêndio devido ao uso do nosso retardante”, conta Amaral.

Redução do calor

A pesquisadora ainda explica a importância de se utilizar uma proteção capaz de impedir a propagação de calor em materiais condutores, como aço e cerâmicas: “nesse caso, o aumento de temperatura do ambiente contribuirá para a manutenção do incêndio; por isso é importante usar revestimentos antichamas nessas superfícies”. 

O retardante, desenvolvido no Laboratório de Materiais Carbonosos e Cerâmicos (LMC) da Ufes, ainda não está disponível no mercado. No momento, a startup está em busca de parceiros para viabilizar a produção do material em escala piloto. 

A B-612 Soluções Sustentáveis conta com o apoio do Espaço Empreendedor da Ufes e da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação no Espírito Santo (Fapes) no desenvolvimento do produto.

 

Texto: Sueli de Freitas
Imagem: B-612 Soluções Sustentáveis
Edição: Thereza Marinho