Tese sobre internacionalização do ensino superior recebe prêmio internacional

18/05/2022 - 15:57  •  Atualizado 01/11/2022 09:23
Compartilhe

A tese de doutorado intitulada A internacionalização do ensino superior no Brasil: uma proposta de matriz multidimensional de (auto)avaliação, defendida por Gabriel Amorim, egresso do Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGEL/Ufes), ganhou o 2021 Emerald and HETL Outstanding Doctoral Research Award. A premiação é concedida pela Emerald Publishing e pela Higher Education Teaching and Learning Association e reconhece pesquisas de doutorado relevantes abordando os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, neste caso na área de educação.

Amorim é o primeiro latino-americano a receber a premiação, que coloca a Ufes no páreo de instituições de pesquisa de ponta, dando visibilidade internacional à instituição e ao programa de pós-graduação. A organização do prêmio reuniu teses defendidas entre fevereiro de 2018 e setembro de 2020 e contou com a avaliação de pesquisadores do mundo inteiro.

Demanda urgente

Segundo o pesquisador, que atualmente é professor da Universidade Federal de Goiás (UFG), a pesquisa versa sobre o contexto da internacionalização no Brasil, demanda urgente para as instituições de ensino superior do país e do mundo, impulsionada por programas financiados pelo governo, tais como o Ciência sem Fronteiras (extinto) e o Programa Institucional de Internacionalização (PrInt), financiado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) – o Capes/PrInt.

“Baseado na literatura da área e em documentos propostos por organizações governamentais e não-governamentais, o estudo propõe uma matriz multidimensional de (auto)avaliação como um instrumento que pode auxiliar as universidades em seus processos de internacionalização de modo mais abrangente, sustentável e contextualizado. A matriz é multidimensional porque é composta de três dimensões (ensino, pesquisa e extensão); três categorias de análise (política linguística, mobilidade acadêmica e internacionalização em casa) e três sugestões de classificação (internacionalizada, engajada e emergente)”, explicou Amorim.

“A notícia da premiação, juntamente com o certificado, chegou para mim por e-mail da organização e já foi anunciada pela Emerald Publishing. No momento, estou me preparando para uma entrevista que ainda será realizada e um resumo virtual que será publicado”, conta ele, feliz com o reconhecimento do seu trabalho. Em 2020, a ganhadora foi da Universidade de Oxford (Reino Unido). 

Orientação

A pesquisa foi orientada pela professora Kyria Finardi, que atuava no PPGL/Ufes e atualmente está no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/Ufes), e avaliada pelos professores Daniel Ferraz (USP/Ufes), Cláudia Jotto (Ufes), Telma Gimenez (UEL) e Renata Archanjo (UFRN). 

“Como fundadora do grupo de pesquisa sobre a internacionalização do ensino superior, do qual Gabriel Amorim faz parte, e na condição de sua orientadora de doutorado, é com profundo orgulho e alegria que recebo a notícia de que a tese dele ganhou o prêmio”, afirmou Finardi.

Segundo a professora, a tese, que já é usada como referência por instituições de ensino superior no Brasil, tem potencial para ser utilizada em todo o mundo. “Ainda que o instrumento proposto por Amorim tenha sido pensado para universidades brasileiras, pode ser adaptado para outros contextos fora do Brasil, razão pela qual constitui uma contribuição relevante para todas as instituições de ensino superior no mundo, justificando sua premiação”.

Ações de internacionalização

A docente destaca, ainda, a importância da Ufes na discussão sobre a internacionalização do ensino superior de forma mais acentuada desde a última década, com a criação de programas nacionais como o Ciência sem Fronteiras, o Idiomas sem Fronteiras e, mais recentemente, o Capes/Print.

“A Ufes teve um papel pioneiro ao criar a Secretaria de Relações Internacionais (SRI) e sua Divisão da Línguas, na qual atuei desde sua criação, em 2012, até 2020. Desde a instalação da SRI, a Ufes tem participado de forma ativa nos programas e editais nacionais para a internacionalização, e meu grupo de pesquisa sobre a internacionalização tem alcançado destaque nacional e internacional, não só pelo número de pesquisas realizadas sobre o tema, mas também pelo impacto e referência que nossas pesquisas têm alcançado no Brasil e no mundo”, afirmou a professora.

Além do prêmio concedido agora a Amorim, Finardi destaca a tese – também orientada por ela – de autoria de Felipe Guimarães, servidor da Ufes lotado Divisão de Línguas da SRI, que foi indicada para o prêmio de melhor tese Capes e para o prêmio de melhor tese da Universidade Pablo de Olavide, na Espanha, onde foi concluída em regime de cotutela. “Essa tese é tida como referência na área de Políticas Linguísticas para Internacionalização, tendo sido usada não só por pesquisadores da área, mas também por associações e programas nacionais como a Andifes – Associação dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior, Faubai – Associação Brasileira de Educação Internacional, e Idiomas sem Fronteiras”, explica.

 

Texto: Sueli de Freitas
Edição: Thereza Marinho