Universidade Federal do Espírito Santo
Dois projetos de estudantes da Ufes estão entre os três selecionados para participar da final do EDP University Challenge 2020, concurso internacional cujo objetivo é estimular a comunidade acadêmica a aplicar o conhecimento adquirido na graduação e na pós-graduação em áreas como Engenharia, gerenciamento, Economia, Marketing e Comunicação. Os projetos Alfred e Endelevo Fachadas Eficientes representarão a Ufes na cerimônia final global, que será transmitida pela internet no final de outubro.
Tendo como tema a Sustentabilidade, com foco em Eficiência Energética e Economia Circular, a 11ª edição do concurso contou com a participação de dez equipes de todo o Brasil em sua etapa nacional. Dentre os três vencedores, estão o Alfred (foto), idealizado por membros do Solares e coordenado pelos professores Juan Sérgio Saenz e Bruno Venturini; e a Endelevo Fachadas Eficientes, que recebeu orientação da professora Luciana de Jesus e é um projeto da empresa incubada Endelevo. Uma equipe que reúne membros da Universidade de São Paulo (USP) e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) ocupa a terceira vaga na final.
O concurso aconteceu, simultaneamente, em Portugal e na Espanha. Os três grupos vencedores de cada etapa local receberam premiações variadas. No Brasil, o prêmio foi um leitor de livros digitais para cada estudante e um iPad para o professor orientador.
Os grupos brasileiros apresentarão os projetos na final global, concorrendo com os trabalhos europeus. Professor e estudantes vencedores ganharão uma viagem para o Vale do Silício, região dos Estados Unidos conhecida como o centro de excelência da indústria de tecnologia de ponta. A previsão é que a viagem aconteça em janeiro de 2021.
Alfred
O projeto Alfred foi desenvolvido especificamente para o concurso University Challenge 2020 pelas estudantes Mariana Cascardo, do curso de Engenharia Elétrica da Ufes; Marinês Rocha, estudante de Design da Universidade de Vila Velha (UVV); e Stella Silveira, do curso de Jornalismo da Ufes, contando com a orientação do professor Jônio Ferreira, do Instituto Federal do Espírito Santo (Ifes). O objetivo do serviço é promover condições para a máxima eficiência de painéis fotovoltaicos, oferecendo solução remota, segura e de baixo custo para o monitoramento das placas por meio da limpeza e da inspeção inteligente. “Nossa ideia é colaborar para a democratização do acesso e expansão da energia solar no mundo”, diz Stella Silveira.
Segundo a estudante de Jornalismo, a ideia de desenvolver o Alfred nasceu da observação dos estragos causados aos painéis devido à constante exposição às mudanças climáticas, que podem causar danos capazes de impedir a máxima eficiência energética do sistema.
“As soluções disponíveis hoje, com uso de mão de obra e materiais como escovas e mangueiras longas e pesadas, podem ser onerosas para o proprietário e representar um risco para o executor. Além disso, não permitem monitorar o sistema ou realizar uma manutenção preditiva em tempo real”, analisa Stella Silveira.
Por outro lado, o sistema de monitoramento criado pelas estudantes atua como um ajudante nas manutenções preventiva e preditiva nos módulos fotovoltaicos, podendo ser acionado ou programado para agir periodicamente, gerando relatórios de análises do estado físico dos painéis observados e dando feedback ao usuário sobre danos e falhas, por meio de aplicativo.
“Estamos muito orgulhosas por representar a Ufes e o Solares nesse desafio. Foram muitas horas de trabalho coletivo e, ainda, remoto, por conta da pandemia. O trabalho foi recompensado com esse reconhecimento”, celebra Stella Silveira.
O Alfred faz parte do Solares (www.projetosolares.com.br), projeto de extensão vinculado ao Departamento de Engenharia Mecânica da Ufes.
Endelevo
A Endelevo Fachadas Eficientes (foto ao lado) é uma ideia nascida no final de 2019 com o nome E=FACE, desenvolvida dentro da empresa Endelevo, que faz parte do Incuba Ufes, programa de incubação da Diretoria de Inovação Tecnológica (DIT) da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PRPPG) da Universidade. A empresa foi criada pelas estudantes de Arquitetura e Urbanismo Juliana Colombo e Gabrielly Rufino, e pelo Engenheiro Civil João Vitor Freire, CEO da Endelevo, vinculado à Universidade pelo Incuba Ufes (conheça mais no perfil @endelevo_ no Instagram) .
Os módulos de fachada eficientes da Endelevo são o produto da construção civil usado nas vedações externas que, segundo os criadores, é capaz de reduzir os custos operacionais com energia elétrica e manutenção de edifícios. O projeto foi desenvolvido pensando nos altos valores das contas de energia. “A ideia é proporcionar ambientes termicamente mais agradáveis a custos reduzidos e diminuir gastos como os de condomínio e manutenção, além de criar espaços que harmonizem a nossa relação com o meio ambiente, como por meio dos jardins verticais integrados às construções”, explica Freire.
Segundo o engenheiro, a inovação da Endelevo está na forma de integrar as diversas tecnologias em configuração prática e modular, otimizando o funcionamento de cada engenharia empreendida e sendo esteticamente agradável. “Diferentemente de outras empresas, os módulos de fachada da Endelevo priorizam o efetivo design estético e funcional, atentando-se à identidade cultural de cada edificação e melhorando a qualidade de vida urbana ao integrar o ambiente natural ao modificado, valorizando o imóvel”, ressalta.
Para Freire, o concurso pode ser comparado a uma competição de esportes radicais: “Não tenho palavras para descrever a adrenalina do momento. Uma mistura de satisfação por termos chegado até ali e de necessidade de dar o meu melhor, representando a equipe. O que nos une em todos os momentos é nosso propósito de transformar a sociedade por meio de práticas sustentáveis, estimulando a consciência ambiental”.
Texto: Adriana Damasceno
Edição: Thereza Marinho
