Professores, estudantes e lideranças indígenas realizaram a 1ª Assembleia da Licenciatura Intercultural Indígena da Ufes (Prolind). O encontro aconteceu na aldeia de Caieiras Velhas, na Terra Indígena Tupinikim, em Aracruz, e contou com a presença do coordenador da Articulação dos Povos e Organizações Indígenas do Nordeste, Minas Gerais e Espírito Santo (Apoinme), Paulo Tupinikim.
Realizada no final de agosto, a assembleia foi uma oportunidade para serem discutidos encaminhamentos futuros para o aprimoramento do curso. Entre as principais demandas apresentadas pelos estudantes, estão a participação de mestres e lideranças Tupinikim e Guarani nas disciplinas ministradas durante o Tempo Universidade, para além dos professores e pesquisadores indígenas que atuam no curso, e a participação discente na elaboração do material de divulgação do Prolind.
Além disso, foram discutidas novas metodologias para a divulgação de informações sobre o curso. A sugestão foi a criação de um boletim informativo para comunicar as principais questões e encaminhamentos discutidos nas assembleias avaliativas, que serão realizadas semestralmente.
Educação diferenciada
O Prolind é resultado de uma luta histórica dos povos Tupinikim e Guarani pelo aprimoramento da educação escolar diferenciada em suas comunidades. Os primeiros participantes do curso ingressaram na Universidade em julho de 2015, por meio do Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), do Ministério da Educação, em parceria com a Ufes.
Em 2022, foram graduados 51 estudantes na primeira turma, sendo 28 na habilitação Arte, Linguagem e Comunicação; dez em Ciências da Natureza e Matemática; e 13 em Ciências Sociais e Humanidades.
Os professores formados atuam na docência e na gestão escolar, fundamentadas em práticas bilíngues, interdisciplinares e interculturais de ensino, aprendizagem e pesquisa, bem como na valorização e no fortalecimento da identidade cultural, da autonomia política e territorial de cada povo, de seus conhecimentos, práticas e saberes.
O curso conta com a especificidade de organização curricular por etapas cumpridas em Regime de Alternância entre Tempo Universidade e Tempo Aldeia. O Tempo Universidade são os períodos intensivos de formação presencial no campus universitário. Já o Tempo Aldeia são os períodos de formação presencial nas comunidades indígenas, com a realização de práticas pedagógicas orientadas.
Foto: Prolind
Universidade Federal do Espírito Santo