Cientistas da Ufes estão entre os mais influentes do mundo

01/10/2025 - 15:56  •  Atualizado 01/10/2025 16:58
Texto: Sueli de Freitas     Edição: Thereza Marinho
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Um cientista negro e uma cientista branca em um laboratório químico fazendo um experimento

A Ufes manteve o número de 13 cientistas entre os mais influentes do mundo, segundo levantamento realizado pela Universidade de Stanford, dos Estados Unidos, divulgado no final de setembro. O levantamento é referente às citações em trabalhos ao longo do ano anterior (2024) na base de dados Scopus, da Editora Multinacional Elsevier.

Em uma listagem que considera o impacto do pesquisador ao longo de toda a sua carreira foram citados sete docentes da Universidade, sendo que cinco estão em ambas as listas.

Os professores incluídos neste mais recente ranking pelas citações em 2024 são: Ângelo Bernardino (Oceanografia), Arnaldo Leal Júnior (Engenharia Mecânica), Celso Azevedo (Ciências Biológicas); José Geraldo Mill (Ciências Fisiológicas), Luiz Carlos de Abreu (Educação Integrada em Saúde); Luís Carlos Lopes Júnior (Enfermagem); Júlio Fabris, António Varandas e Winfried Zimdahl (Física); Maria José Pontes e Anselmo Frizera (Engenharia Elétrica); Renato Krohling (Engenharia de Produção) e Wanderson Romão (Programa de Pós-Graduação em Química).

Os professores Krohling, Leal-Júnior, Abreu, Zimdahl e Varandas foram também reconhecidos na categoria impacto ao longo da carreira, assim como os pesquisadores Marcos Benedito de Freitas (Química) e Ivan Kostov (Física).

Para o diretor de Pós-Graduação da Pró-Reitoria de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes, Wagner Santos, “a diversidade das áreas contempladas confere maior destaque a esse reconhecimento, por evidenciar o fortalecimento da Ufes em diferentes campos do conhecimento e demonstrar que a internacionalização não se limita a uma única área”. Ele destaca ainda: “A presença desses pesquisadores nas listas reflete também o mérito individual e o esforço coletivo conduzido pelos programas de pós-graduação, grupos de pesquisa, reitoria, pró-reitorias e Secretaria de Relações Internacionais".

O professor Krohling, que desde 2019 tem seu nome no levantamento internacional, afirma: “É uma alegria a cada ano ter o nosso nome constando nessa lista. Significa o reconhecimento do trabalho de pesquisa realizado na área de Inteligência Artificial aplicado no diagnóstico automatizado de doenças. Isso mostra que os artigos publicados estão sendo úteis para outros pesquisadores, para gerar outros trabalhos científicos”.

Como única mulher presente na lista, Maria José Pontes destaca a satisfação de integrar o seleto grupo, “o que mostra que as mulheres têm seu espaço na pesquisa de ponta, sendo um incentivo para que mais pesquisadoras acreditem no próprio trabalho e também figurem em rankings internacionais”. A professora destacou também a importância de “dar visibilidade aos trabalhos realizados na Ufes”. Segundo ela, “o grande número de citações, principalmente nas pesquisas envolvendo sensores em fibras ópticas, resultaram nesse impacto positivo”.

Veja o que dizem outros cientistas da Ufes citados no levantamento: 

• Ângelo Bernardino: “O reconhecimento maior tem de ser dado ao continuado financiamento público à pesquisa no Brasil e no Espírito Santo nos últimos anos. Reflete também o fantástico grupo de pesquisadores e alunos com quem trabalho. Nosso grupo tem dado significativa contribuição dentro das Ciências do Mar no Brasil, com foco em mudanças do clima, biodiversidade e conservação de ecossistemas marinhos e, mais recentemente, em temas ligados ao carbono azul em manguezais”. 

• Arnaldo Leal Júnior: “Fiquei feliz em ser incluído, é um reconhecimento muito gratificante do trabalho desenvolvido há anos sobre a utilização de fibras ópticas como sensores para medição de diferentes parâmetros, com aplicações desde medição de qualidade da água até em sistemas de aplicação de forças usando luz e sensores vestíveis para monitoramento de pessoas. Então é algo muito gratificante para todos nós e demonstra a educação pública de qualidade que temos no nosso estado”.

• Anselmo Frizera: “Para mim, esse reconhecimento mostra a excelência e o impacto científico do trabalho que realizamos na Ufes. Essa distinção ajuda na visibilidade da minha carreira como pesquisador, dos laboratórios que trabalho e da nossa Universidade. Além disso, é reflexo das colaborações e do excelente trabalho dos estudantes que eu oriento na graduação e pós-graduação”.

• José Geraldo Mill: "Constar na lista dá a sensação de estarmos cumprindo um dever junto à sociedade brasileira, que mantém as instituições públicas de ensino e pesquisa. A repercussão e o reconhecimento desses estudos pela comunidade científica internacional mostra o comprometimento da Ufes com o desenvolvimento científico e a saúde da população. Contamos com muitos alunos de pós-graduação e de iniciação científica que geram publicações em revistas científicas que circulam em todo o mundo. São informações necessárias para melhorar a prevenção, o diagnóstico e o tratamento de doenças como o infarto e o derrame”.

• Júlio Fabris: “Isso mostra que tudo que está sendo feito está tendo visibilidade”. Ele pondera que “essas listas não podem ser tomadas como algo absoluto; alguém que fica fora pode ser um cientista de bastante relevância e não estar citado porque os itens de avaliação não o contemplam”.

• Luiz Carlos de Abreu: "O reconhecimento reafirma o papel de nossa instituição na produção de conhecimento de impacto global e no fortalecimento da ciência brasileira no cenário internacional. "É um marco para a Ufes, que consolida sua excelência acadêmica por meio de professores que unem dedicação, pesquisa de ponta e compromisso com a transformação social”.

• Luís Carlos Lopes Júnior: "Estar, pelo terceiro ano consecutivo, entre os cem mil cientistas mais influentes do mundo é uma honra imensa e um reconhecimento que reflete não apenas o esforço individual, mas também a força da pesquisa científica desenvolvida na Ufes. Este destaque reforça a relevância internacional das nossas produções e o compromisso com a excelência acadêmica”. 

• Wanderson Romão: "É reflexo da continuidade e do impacto das pesquisas desenvolvidas. A confluência entre rigor analítico, colaboração multidisciplinar e problemas do mundo real é o que sustenta o trabalho de excelência do nosso grupo”.

Imagem: Freepik

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