Ufes lança nesta sexta, 22, livro que celebra seus 70 anos de história. Cerimônia também apresenta obras vencedoras do 5º Prêmio de Literatura

21/11/2024 - 16:39  •  Atualizado 21/11/2024 19:16
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Cartaz de divulgação do evento

As experiências e os afetos construídos dentro dos quatro campi da Universidade estão reunidos no livro 70 anos da Ufes: uma cápsula do tempo (1954-2024), que será lançado nesta sexta-feira, 22, às 17 horas, no Teatro Universitário. A cerimônia contará também com o lançamento das obras vencedoras do 5º Prêmio Ufes de Literatura, selecionados depois de concurso promovido pela Editora da Ufes (Edufes).

Aberta ao público, a solenidade contará com a presença do reitor da Ufes, Eustaquio de Castro, e de outras autoridades, além de autores selecionados em ambas as publicações. O evento contará ainda com performances do grupo de dança Andora e da cantora Caju.

Composto por 70 obras, entre textos e imagens, o livro que celebra a história da Universidade foi editado pela Edufes como um panorama atravessado por registros críticos e impressões afetivas envolvendo experiências, perspectivas, conquistas e desejos que retratam a Ufes desde seu nascimento, em 1954. A seleção foi feita a partir de concurso aberto ao público em outubro de 2023.

“Privilegiamos imagens e textos que tivessem alguma singularidade ou um vínculo estreito com memória e afeto. Fizemos uma comissão multissetorial da Universidade e nos guiamos por esse espírito comemorativo da publicação”, explica o diretor da Edufes, Wilberth Salgueiro.

Segundo ele, o que mais chama atenção na obra é sua diversidade. “É uma obra ousada, que pode causar espanto, porque capta um espírito pulverizado de tanta gente que participou: gente mais jovem, mais velha, mulheres, homens, servidores, egressos, estudantes. Chama a atenção essa diversidade de estilo, de perspectiva, de técnica”, afirma Salgueiro. O livro será distribuído gratuitamente no lançamento.

Convivência

Ansiosa pelo lançamento do livro, a professora da Ufes Dirce Ferreira contribuiu com um texto a respeito da relação da Universidade com o meio ambiente. “A Ufes foi construída em um manguezal. Ela é esse espaço de convivência entre pessoas, animais, lagoa e mangue. Ser Ufes é ter essa consciência de que neste espaço há encontros, construções e desencontros, numa relação pedagógica amorosa e de respeito”, diz.

Graduada em Direito pela Ufes, ela também cursou mestrado e doutorado na Universidade. Agora, realiza pós-doutorado em São Paulo. “Mas a Ufes não sai do meu coração”, afirma a professora.

Prêmio Ufes

Partindo de mais de 200 originais, o 5º Prêmio Ufes de Literatura selecionou um título vencedor nas categorias de contos ou crônicas; literatura infantil; literatura juvenil; poesia; e romance. Na noite desta sexta-feira, os premiados chegam ao público pelas mãos da Edufes. Os trabalhos vencedores são: Ai de ti, Camburi (romance), de Andréia Delmaschio (ES); Autocombustão humana (contos/crônicas), de Júlio Cesar Machado de Paula (RJ); Daqui, declamo (poesia), de Ezequiel Pereira de Sales (CE); De volta a 1984 (literatura juvenil), de Gustavo Bernardo Galvão Krause (RJ); e O bem-te-vi que mal me viu (literatura infantil), de José Carlos Barbosa de Aragão (MG).

Os autores premiados tiveram suas obras publicadas pela Edufes sem nenhum custo. Além disso, receberam uma cota dos exemplares impressos. Importante mecanismo de fomento à produção literária em língua portuguesa, o Prêmio Ufes de Literatura acontece a cada dois anos e têm abrangência internacional.

Premiada na categoria de romance, Andréia Delmaschio escreveu a primeira versão de Ai de ti, Camburi ainda em 2010.

“Escrevi num fluxo quase contínuo, interrompido apenas pelas demandas cotidianas, e reescrevi o texto cuidadosamente dez anos depois, durante o isolamento devido à pandemia de covid-19”, conta a autora. “Nunca planejo nada, nem mesmo os textos mais curtos. Apenas aproveito uma ou mais ideias que me ocorrem, e, dispondo de tempo, deixo que fluam”, afirma.

O romance se desenvolve em torno das experiências de um triângulo amoroso clássico, com a diferença de que quem conta esta história é a ponta do triângulo que costuma ficar oculta, a amante, explica Delmaschio. “As peripécias vividas pelo casal interdito se desenrolam numa cidade chamada Vitória, palco de muitos sentimentos contraditórios, devidamente tratados com poesia e humor”, diz.

Nova edição

Pioneiro entre as editoras universitárias brasileiras por publicar textos inéditos, o Prêmio Ufes de Literatura, além de fomentar a produção literária, confere visibilidade à Edufes e à Universidade, segundo Wilberth Salgueiro. O diretor da editora adianta que a nova edição do concurso deve sair no segundo semestre de 2025. “Nada nos impede de manter essa tradição”, afirma.

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