Universidade Federal do Espírito Santo
Em reunião realizada nesta terça-feira, 14, na Reitoria da Ufes, uma equipe da Vale apresentou a proposta de expansão da parceria entre a Universidade e a empresa para o licenciamento do supressor PET para terceiros. O supressor de poeira é um controle ambiental comumente usado nas operações da empresa e pode ser feito de várias matérias-primas, como glicerina, mas a produção a partir da reciclagem do plástico é inédita e patenteada pela Vale e pela Ufes. É a primeira patente verde conquistada pela Universidade.
O reitor Eustáquio de Castro propôs, para além dos benefícios que a iniciativa traz nas áreas social e ambiental, que parte dos royalties que venham a ser recebidos pela Ufes sejam convertidos em projetos de sociais, esportivos, culturais e que visem à permanência dos estudantes na Universidade. “Precisamos reverter em um bem social para a comunidade universitária e a sociedade em geral”, afirmou o reitor.
Ao final do encontro foi definida a formação de grupos de trabalho para dar continuidade aos estudos visando a formalização do licenciamento e a formatação de um programa cultural, esportivo e de permanência estudantil associado ao recebimento dos royalties.
Proposta
“Viemos fazer a proposta de expansão da parceria com a Ufes justamente para comercializar esse produto fora das operações da Vale. É um produto que traz valor compartilhado, pois conecta as partes social, econômica e ambiental. Então, nosso propósito é fomentar e expandir a utilização [do supressor] para fora do estado e até mesmo para fora do país”, afirmou o diretor de Serviços Industriais da Pelotização da Vale, Luiz Gustavo Oliveira.
Segundo ele, “já existe hoje uma demanda declarada de interesse nesse produto, que bate em todas esses pilares da sustentabilidade”, tanto em nível local como internacionalmente. O diretor adiantou que são fornecedores da Vale e outras empresas dos setores de mineração e termoelétrica.
O pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação da Ufes, Valdemar Lacerda Jr., destacou a importância do licenciamento, que será o primeiro dentre as patentes concedidas às Ufes. “Hoje a Universidade tem cerca de 180 patentes depositadas no INPI, várias concedidas, mas nenhuma licenciada. Então, é um avanço ter esse licenciamento para a comercialização da patente, ou seja, é o retorno efetivo da Ufes para a sociedade”, afirmou.
Como funciona
O supressor de poeira a partir de garrafas PET funciona da seguinte forma: o plástico passa por um processo de reciclagem química que o transforma em resina, para ser aplicada em pilhas de minério de ferro e carvão, formando uma película protetora que evita a emissão de poeira. Desde 2013, Ufes e Vale realizaram testes e validações técnicas em escalas de laboratório e piloto que atestam a eficiência do produto.
Além de garantir a eficiência no controle ambiental, o supressor sustentável tem potencial para retirar do meio ambiente todos os meses mais de 1 milhão de garrafas PET para a produção no Espírito Santo.
Foto: Sueli de Freitas
