O Teatro Universitário recebe o encontro da Camerata Jovem Vale Música com a violinista da Orquestra Sinfônica Brasileira (OSB), Priscila Rato, em concerto gratuito em homenagem ao compositor argentino Astor Piazolla, nesta quarta-feira, 29, a partir das 20 horas. Os ingressos de Tributo a Piazzola podem ser retirados na bilheteria do teatro, no dia do evento, uma hora antes do início do espetáculo.
Com regência do maestro Lucas Anizio e participação especial da Orquestra Jovem Vale Música, o concerto vai revisitar obras-primas do compositor que ficou conhecido como o “revolucionário do tango”. Os temas musicais serão entremeados por coreografias da Emerson Barreto Escola de Dança. Ao longo do espetáculo, o ator Jace Theodoro vai fazer uma leitura dramática de textos sobre a vida e obra de Astor Piazzolla, com roteiro do jornalista José Roberto Santos Neves.
A ideia do concerto, segundo o maestro Lucas Anizio, é apresentar o legado do músico argentino às novas gerações. “O tango de Piazzolla revolucionou a música latino-americana. Uma prova disso é que até hoje é possível ouvi-la em todas as partes do mundo, por meio de orquestras, cameratas, trios e quartetos”, avalia o maestro.
O repertório reunirá algumas das composições mais conhecidas de Piazzolla, como Adios Nonino, Libertango e As Quatro Estações Portenhas, esta última com arranjo para cordas e violino solo escrito pelo compositor russo Leonid Desyatnikov.
Para o maestro, o maior desafio para a execução desse concerto está em capturar a atmosfera emocional da obra do homenageado. “Nosso objetivo é o de conseguir chegar o mais próximo do que Piazzolla quis passar por meio das suas músicas. Existe um sentimento, uma paixão, um movimento em tudo o que ele compôs. Cada canção transparece uma emoção através das melodias e da sintonia entre a partitura e os músicos”, define.
Solista
Um dos grandes nomes da música de concerto no Brasil, a violinista Priscilla Rato se juntará à Camerata no palco do Teatro Universitário. A musicista atuou como solista nas principais orquestras do país e atualmente integra a OSB e a Orquestra Sinfônica da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Estudiosa da obra de Piazzolla, a violinista tem as melhores expectativas em relação ao espetáculo. “Piazzolla exprime todo o seu amor ao tango em cada estação. O público vai reconhecer, em algumas citações, vários temas das estações de Vivaldi no decorrer da música. Mas sem perder o caráter forte do tango”, adianta a violinista.
Piazzolla conseguiu unir, diz Priscila, duas grandes vertentes da sua arte: a formação tradicional na música de concerto e o amor visceral pela música popular argentina. “A música dele é cheia de contrastes e traz uma perfeita fusão entre delicadeza e energia. Como sul-americana, acho que toca diretamente a alma da gente, como se fizesse parte do nosso DNA musical. E como intérprete, sinto essa conexão diferente”, observa.
Foto: Fábio Prieto