Na última segunda-feira, dia 8, o presidente Lula sancionou a Lei 15.199, que oficializa a campanha Setembro Amarelo, dedicando este mês à promoção da saúde mental e à prevenção do suicídio e da automutilação, em todo o país. Segundo pesquisa do Radar SUS (plataforma do Ministério da Saúde que monitora e analisa dados de saúde no país), o número de atendimentos e acompanhamentos psicossociais duplicou em dez anos, passando de 13,1 para 26,4 milhões.
Na Ufes, iniciativas gratuitas de apoio à saúde mental são ofertadas por meio de atendimentos, grupos de apoio e outras ações que contribuem para acolher, orientar e fortalecer o bem-estar emocional de servidoras, servidores, estudantes e da população em geral. Conheça algumas iniciativas:
Servidores
O Ministério da Previdência Social aponta que, em 2024, mais de 440 mil brasileiros se afastaram do trabalho devido a transtornos mentais e comportamentais, sendo 8.119 casos registrados apenas no Espírito Santo por depressão, ansiedade, estresse e outras questões de saúde mental. Diante desse cenário, a Ufes vem reforçando suas ações voltadas ao bem-estar das servidoras e dos servidores.
O Serviço Psicossocial da Diretoria de Atenção à Saúde (DAS), vinculado à Pró-Reitoria de Gestão de Pessoas (Progep) da Ufes, oferece acolhimento e promoção da saúde por meio de diferentes modalidades.
O Plantão Psicossocial proporciona escuta qualificada e encaminhamentos, quando necessário, funcionando presencialmente às segundas e quartas-feiras, das 7h30 às 11 horas e entre 13h e 15h30. Não é necessário agendamento prévio e os atendimentos acontecem por ordem de chegada. Há também o Acolhimento Psicossocial Online, que ocorre mediante agendamento pelo e-mail psicossocial.progep@ufes.br.
Além dos atendimentos, a equipe da DAS realiza ações educativas, incluindo cursos de comunicação consciente, inteligência emocional, psicologia financeira, e mindfulness e movimento consciente, que reuniram 239 participantes de janeiro a agosto deste ano.
Iniciado em 2020, o projeto Pausa Consciente oferece práticas de autocuidado e reflexão em formato remoto. Neste ano, 204 servidores participaram de encontros sobre felicidade, finanças pessoais, luto, sexualidade e autoestima, vida e finitude, e automassagem.
“Essas experiências reforçam o compromisso do Serviço Psicossocial em oferecer acolhimento, fortalecer vínculos e promover saúde em dimensão integral, reafirmando a importância de manter e ampliar essas ações no cotidiano dos servidores da Universidade”, destaca a diretora de Atenção à Saúde, Daniela Motta.
Estudantes
A Política Nacional de Assistência Estudantil (PNAES) destaca a atenção à saúde mental, garantindo acesso, permanência e sucesso acadêmico. “Visando um ambiente acadêmico saudável e que favoreça a permanência estudantil, a Pró-Reitoria de Políticas de Assistência Estudantil entende que a saúde mental dos estudantes é fator crucial de cuidado e importante para o desempenho acadêmico”, avalia a diretora de Assistência Estudantil, Deborah Provetti.
Nesse contexto, a pró-reitoria desenvolve estratégias de apoio, como rodas de conversa, atendimentos individuais e em grupo, recepção a novos estudantes e ações de acolhimento por psicólogos e assistentes sociais. Além disso, vários projetos estão em andamento, como trabalhos de comissão específica para ações de saúde mental, criação de um núcleo de atendimento a estudantes, proposição de uma política de prevenção e promoção de saúde mental e investimento na segurança alimentar.
Estudantes podem agendar atendimento pelo e-mail assistencia.propaes@ufes.br, pelos telefones (27) 3335-2265 e (27) 99772-2842, pelo Whatsapp (27) 99890-7627 ou pelo perfil da Pró-Reitoria no Instagram.
Comunidade externa
Ação direcionada tanto à comunidade acadêmica quanto ao público externo, o Núcleo de Psicologia Ampliada (NPA) presta atendimento psicológico gratuito, priorizando pessoas de baixa renda e atuando com adultos (crianças são atendidas em projetos específicos). Desde 1983, os atendimentos individuais ou em grupos são realizados por estudantes do curso de Psicologia, supervisionados por professores. Projetos específicos atendem jovens em vulnerabilidade social, população LGBTQIA+, estudantes da Ufes, pessoas negras, com transtornos alimentares, em situação de luto ou depressão, e trabalhadoras e trabalhadores vinculados ao Sindicato dos Bancários, além de outras ações que beneficiam a população de modo geral.
Segundo a coordenadora, a professora Virgínia Silva, medo e ansiedade são as maiores causas de sofrimento psíquico na população mundial e o transtorno de ansiedade é a maior queixa apresentada pelos pacientes que procuram o NPA. Diante disso, a equipe trabalha com uma concepção ampliada de clínica: “Isso significa considerar que o bem-estar de uma pessoa não depende apenas do aspecto psicológico e emocional, mas também de condições fundamentais como saúde física, apoio social e condições de vida. Nesse sentido, cada pessoa que procura o Núcleo é vista em sua singularidade, o que requer um trabalho intersetorial, envolvendo outros setores e disciplinas que fazem parte da Rede de Saúde”.
As vagas de cada projeto são divulgadas no site do NPA e o público interessado pode, ainda, fazer contato com a equipe pelo e-mail npa.ufes@gmail.com. Os atendimentos acontecem no campus de Goiabeiras e as vagas são limitadas, esgotando-se rapidamente.
Outro projeto desenvolvido pelo Departamento de Psicologia é o AcolheDOR, que oferece atendimento gratuito, em grupo ou individual, a pessoas que estão vivendo processos de luto. Saiba mais nesta matéria produzida pela TV Ufes.
Acolhimento materno
Voltado para mulheres cuidadoras de crianças com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista (TEA), o projeto de extensão MaTEnAr promove encontros no campus de Maruípe para compartilhamento de experiências e práticas relacionadas à melhoria da saúde física e mental, autocuidado, comportamento alimentar, manejo de estresse e exercício de autocompaixão em uma ação multidisciplinar que integra os cursos de Nutrição, Terapia Ocupacional e Psicologia.
“O grupo é importante pois oferece suporte em saúde mental num lugar de acolhimento e pertencimento, já que as participantes compartilham situações semelhantes. Quando falamos de cuidado contínuo, precisamos pensar no risco de estresse, ansiedade e até sintomas depressivos. O suporte social é um fator protetivo comprovado contra o adoecimento psíquico”, explica a coordenadora Lívia Hosken, terapeuta ocupacional da Ufes.
Neste ano, o projeto já realizou seis encontros presenciais. As cuidadoras interessadas em participar podem acessar o perfil do projeto no Instagram para obter mais informações. Não é necessário realizar inscrição prévia.
Fotos: Acervo dos projetos
Universidade Federal do Espírito Santo