Uma série de medidas para melhorar a acessibilidade serão adotadas ainda neste semestre nos Restaurantes Universitários (RUs) da Ufes. A Universidade pretende disponibilizar monitores de acessibilidade nos três turnos de funcionamento dos restaurantes e abafadores de ruído para usuários que os demandarem. Também estão previstas sinalizações adequadas para os acessos preferenciais e mesas acessíveis, além do fortalecimento de ações de sensibilização dos trabalhadores dos RUs, com foco no atendimento às diversidades que compõem a comunidade acadêmica.
As ações foram acordadas em uma reunião na última terça-feira, 29, na Reitoria, entre a vice-reitora da Ufes, Sonia Lopes; a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, Cinthya de Oliveira; o diretor dos RUs, Iury Pessoa; o assistente social da Secretaria de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade (Siac) Cleidson Nazário; o estudante Vitor Parajara, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE); e a estudante Kael Lopes, do Coletivo Neurodivergente.
A reunião foi motivada pela necessidade de ampliar o debate sobre o tema nos espaços da Ufes. Na ocasião, foi apresentado um estudo do Coletivo Neurodivergente de 2023, realizado por meio de aplicação de um questionário aberto a toda a comunidade, que identificou demandas de acessibilidade nos RUs. Segundo a vice-reitora, a adoção das propostas dos estudantes reafirma o cuidado da Ufes com a escuta e a construção coletiva de soluções para a comunidade acadêmica, além de ratificar o compromisso com uma Universidade mais democrática.
“Nosso compromisso é com uma Universidade pública cada vez mais inclusiva, sensível às diversidades e atenta às necessidades de sua comunidade. O diálogo com os estudantes por meio do DCE e dos coletivos é parte de uma escuta ativa que fortalece a democracia universitária e nos ajuda a transformar a Ufes em um espaço onde todas as pessoas se sintam respeitadas, pertencentes e acolhidas”, afirma a vice-reitora.
Ampliação de políticas
Para a secretária de Inclusão Acadêmica e Acessibilidade, a Ufes pode pautar discussões na sociedade, a partir de ações desenvolvidas dentro de seus campi. “A atuação da Siac é transversal e intersetorial: mobilizamos agentes dentro e fora da Ufes para garantir que a inclusão das pessoas com deficiência seja um compromisso assumido por todas e todos — e tratado como pauta prioritária por toda a sociedade”, diz.
Dentre as ações recentes da Siac, está a criação de um grupo de trabalho intersetorial, coordenado pelo assistente social Cleidson Nazário e composto por agentes internos e externos, cujo objetivo é fortalecer e ampliar as políticas de acessibilidade ao ensino superior para pessoas com deficiência.
Convivência
Embora as ações beneficiem diretamente os 627 estudantes com deficiência matriculados na Universidade, as melhorias são direcionadas a todas as pessoas, destaca Kael Lopes: “A acessibilidade permeia a realidade de todas as pessoas, pois locais com acessibilidade são melhores para a convivência”.
Para o estudante Vitor Parajara, que representou o DCE na reunião, a mobilização estudantil é fundamental para a luta anticapacitista. “Por meio da articulação dos coletivos, conseguimos pautar mudanças estruturais que eliminem as barreiras as quais ainda impedem ou dificultam o acesso e a permanência dos estudantes com deficiência na Universidade”, diz.
Universidade Federal do Espírito Santo