Musical celebra vida e obra de Belchior em cinco apresentações no Teatro Universitário a partir desta sexta, 26

25/04/2024 - 18:25  •  Atualizado 28/04/2024 21:35
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Foto do ator Pablo Paleólogo cantando caracterizado como Belchior

Um dos maiores nomes da música brasileira, Belchior tem sua vida e obra celebradas no Teatro Universitário no musical Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro. De sexta-feira, 26, a domingo, 28, atores e músicos sobem ao palco em cinco apresentações que misturam show e dramaturgia, passando por momentos importantes da biografia e do pensamento de Belchior.

Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro, até sexta-feira, das 14 às 19 horas, e pelo site Sympla.

Com direção de Pedro Cadore, o espetáculo é protagonizado por Pablo Paleólogo, que vive Belchior, e Bruno Suzano, intérprete da figura do “cidadão comum”, presença constante nas canções e nas ideias do cantor cearense. Acompanhando os atores, uma banda executa ao vivo clássicos como Alucinação, Coração selvagem e Apenas um rapaz latino-americano.

A trama se desdobra a partir de trechos de entrevistas concedidas por Belchior, proporcionando ao público um vislumbre de suas reflexões. Mais do que uma retrospectiva, a peça aspira transmitir a filosofia do cantor, convidando o espectador a explorar a profundidade de suas letras e pensamentos.

Identificação

Para Bruno Suzano, o “cidadão comum” é a fiel representação de uma parte do povo brasileiro. “Aquela parcela da sociedade que acorda todos os dias acreditando numa utopia que pode ser real”, diz. Segundo ele, viver o personagem nos palcos foi uma realização pessoal.

Pablo Paleólogo caracterizado como Belchior e Bruno Suzano, ambos sentados lado a lado com o queixo apoiado nas mãos

“É um combo de alegria, aprendizado e identificação me debruçar nesse personagem que, a cada apresentação, me direciona para lugares muito bonitos”, afirma.

Intérprete do cantor, Pablo Paleólogo diz que sua relação com a obra de Belchior mudou desde que começou a se aprofundar nas letras e nas ideias do músico.

“Belchior mudou minha forma de enxergar o dia a dia”, diz. “Antes eu o admirava muito como compositor e intérprete. Hoje, admiro como pensador, difusor de ideias, filósofo. É impossível, hoje em dia, ouvir uma dessas músicas de forma simples, é sempre profundo.”

A preparação para interpretar as músicas, lembra o ator, envolveu vários elementos, como a extensão vocal e o sotaque regional. “Primeiro, precisa ter uma relação sonora com o Belchior, porque cada voz é particular. Então, foi necessário chegar num lugar em que a minha voz remeta à voz dele”, diz. Além disso, a imersão na obra do cantor cearense levou em conta o contexto social das composições e a memória afetiva dos fãs: “Você quer ouvir aquelas músicas e se relacionar com alguma lembrança, algum acontecimento.”

Com apoio da Lei de Incentivo à Cultura via Lei Rouanet, além de patrocínio da Infraero Aeroportos, Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro está na estrada desde 2019, quando estreou no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro.

Fotos: Chris Machado e Ivana Mascarenhas

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