Marinha e ICMBio aprovam projeto de estação científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, elaborado pela Ufes

13/10/2025 - 17:29  •  Atualizado 15/10/2025 15:52
Texto: Vanessa Pianca (Assessoria de Comunicação da Fest)     Edição: Thereza Marinho
Compartilhe
Foto da sessão conjunta realizada em Brasília

O projeto executivo para construção da terceira estação científica do Arquipélago de São Pedro e São Paulo, desenvolvido pela Ufes, foi aprovado pela Marinha do Brasil e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio). A aprovação foi comunicada ao reitor Eustáquio de Castro durante a sessão conjunta do Comitê Executivo do Programa de Pesquisas Científicas em Ilhas Oceânicas (Proilhas) e dos subcomitês executivos dos programas Arquipélago de São Pedro e São Paulo (Proarquipélago) e de Pesquisas Científicas na Ilha da Trindade (Protrindade) realizada na última sexta-feira, 10, na Secretaria da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (Secirm), em Brasília. 

O Arquipélago de São Pedro e São Paulo está localizado a cerca de mil quilômetros do litoral brasileiro. A construção da terceira estação terá um investimento de aproximadamente R$ 7 milhões, provenientes do Fundo de Compensação Ambiental da Caixa Econômica Federal. A iniciativa é fruto do Acordo de Cooperação entre o ICMBio e a Fundação Espírito-santense de Tecnologia (Fest), com a participação da Marinha do Brasil, da Ufes e da Caixa Econômica Federal.

Durante a apresentação do projeto, o reitor Eustáquio de Castro destacou a importância da colaboração institucional para a concretização de iniciativas dessa magnitude. “Esse modelo de parceria reforça a força da universidade pública e o papel das fundações de apoio como instrumentos essenciais para a execução de projetos de grande impacto nacional”, afirmou.

O projeto executivo da nova estação foi desenvolvido no Laboratório de Planejamento e Projetos (LPP/Ufes) sob a coordenação a professora Cristina Engel, e considerou aspectos como sustentabilidade, eficiência energética e redução de impactos ambientais.

Imagem
Foto da professora Cristina Engel apresentando o projeto
Cristina Engel: o projeto minimiza a geração de resíduos, prevê o tratamento de águas servidas e a otimização do espaço

“Nossa prioridade foi pensar em uma estrutura que respeite o ambiente e ao mesmo tempo proporcione as melhores condições para o desenvolvimento da pesquisa científica. O projeto minimiza a geração de resíduos, prevê o tratamento de águas servidas e a otimização do espaço construído, considerando o tamanho reduzido da área disponível”, explicou a professora.

Localizado em uma região estratégica do Atlântico, o Arquipélago de São Pedro e São Paulo é reconhecido como Área de Proteção Ambiental (APA) e Monumento Natural, abrigando uma das áreas mais ricas em biodiversidade marinha do país. Além da relevância científica, a presença permanente brasileira no arquipélago garante a soberania do País sobre 455 mil quilômetros quadrados de Zona Econômica Exclusiva (ZEE).

Ciência e inovação

Responsável pela execução do projeto, a Fest atua em colaboração com a equipe técnica da Ufes e das instituições parceiras. A nova estação substituirá as estruturas anteriores, de 1998 e 2008, que já apresentam desgaste devido às condições extremas do arquipélago.

Para o superintendente da Fundação, Armando Biondo Filho, a aprovação do projeto reforça a credibilidade e a competência técnica das instituições envolvidas. “Esse projeto representa um marco para o Brasil. A Fest tem orgulho de participar de uma iniciativa que alia ciência, inovação e soberania, reafirmando nosso papel como agente estratégico de apoio à pesquisa e ao desenvolvimento científico do país”.

A diretora da Fest, Patrícia Bourguignon, ressaltou o caráter sustentável e colaborativo da proposta. “A estação foi pensada para respeitar o meio ambiente e atender às necessidades da comunidade científica. É um projeto que simboliza a força da cooperação entre instituições comprometidas com o futuro do planeta e com a soberania do país”.

Com a implantação da nova estação, o Brasil dá mais um passo importante no fortalecimento de sua presença científica e estratégica no Atlântico. A estrutura permitirá o avanço de pesquisas sobre biodiversidade, oceanografia e mudanças climáticas, ampliando o conhecimento sobre uma das regiões mais singulares do planeta.

Categorias relacionadas