Hucam terá mutirão gratuito para diagnóstico e tratamento do câncer de pele. Triagem de pacientes será feita até 24/7

14/07/2025 - 15:55  •  Atualizado 14/07/2025 16:54
Texto: Adriana Damasceno     Edição: Thereza Marinho
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Foto de uma mão segurando um celular apontado para uma lesão de pele em uma ação de avaliação

O Programa de Assistência Dermatológica e Cirúrgica ao Câncer de Pele (PAD/Ufes) está organizando um mutirão de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele, que será realizado no dia 26 de julho, no Hospital Universitário Cassiano Antônio de Moraes (Hucam/Ufes). A ação promoverá atendimento completo e gratuito a toda a população do estado e quem se interessar em participar deve passar previamente por avaliação inicial (triagem), cujo objetivo é selecionar apenas pacientes que apresentem câncer de pele confirmado ou lesões suspeitas da doença.

A triagem acontece às terças e quintas-feiras, a partir das 13 horas, no ambulatório de Cirurgia Plástica (Ambulatório 1) do Hucam, localizado no campus de Maruípe. Esta avaliação inicial seguirá até o dia 24 ou até que sejam preenchidas as 250 vagas disponíveis.

Os pacientes encaminhados para o mutirão serão atendidos por estudantes de Medicina (a partir do sétimo período), sob orientação de professores divididos em duas equipes: a de Dermatologia, que será responsável por identificar as lesões e separar os pacientes em grupos para tratamento clínico e cirúrgico; e a de Cirurgia Plástica, que realizará pequenas e médias cirurgias para a retirada das lesões malignas ou suspeitas, que serão enviadas para análises laboratoriais.

“O planejamento é atender a todos os pacientes. Em alguns casos, a cirurgia pode ser contraindicada devido a alguma comorbidade, mas o paciente receberá o encaminhamento adequado”, ressalta o monitor-chefe da Dermatologia, Leonardo Fabem, estudante do 11º período de Medicina. Segundo ele, as principais comorbidades que contraindicam cirurgias em nível ambulatorial são hipertensão não controlada, uso de anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários (como varfarina, AAS ou rivaroxabana) e uso de marcapasso. 

Sinais

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Foto de dois cirurgiões operando uma pessoa
Cirurgia realizada pela equipe do Programa

Ainda de acordo com Fabem, a população (especialmente pacientes com alta exposição ao sol, sem proteção) deve ficar atenta aos sinais mais comuns do câncer de pele: feridas que não cicatrizam; lesões com crescimento rápido; mudanças de aspecto de alguma pinta ou mancha já existente; e lesões ulceradas ou com crostas. “Além disso, temos o que chamamos de ABCDE do melanoma, para lesões pigmentadas. Leva-se em conta assimetria, bordas irregulares, coloração variegada, diâmetro acima de seis milímetros e evolução (mudança de cor, forma ou tamanho). Essas características nos indicam possibilidade de malignidade”, ressalta.

Veja anexado abaixo o guia de informações sobre a doença disponibilizado pelo Ministério da Saúde.

O PAD/Ufes desenvolve ações de prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de pele desde 1987, atuando por meio de viagens semanais para diversas cidades do interior do estado e atendendo, preferencialmente, a população da zona rural que está em situação de vulnerabilidade à doença. “Os lavradores descendentes de imigrantes europeus (pomeranos, italianos ou alemães) possuem risco elevado de câncer de pele devido à sua etnia, aos anos de exposição à luz solar no trabalho rural e ao clima tropical brasileiro”, explica a coordenadora do programa, Patrícia Lyra.

Ocorrência

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o câncer de pele é o tipo de câncer mais comum no mundo e um em cada três tipos de cânceres diagnosticados é de pele. Entre 2022 e 2024, a equipe do PAD realizou 2.454 consultas, 1.423 cirurgias e 7.783 crioterapias (tratamento que utiliza baixas temperaturas com fins terapêuticos) em 11 municípios do estado. A média de idade dos pacientes é de 65 anos, dos quais 56% são mulheres e 44%, homens.

Cartaz de divulgação do mutirão

“O programa desenvolve um papel fundamental no combate ao câncer de pele a partir da conscientização da população e auxílio às famílias, visando orientar e facilitar o acesso à informação. Também realizamos intervenção no curso da doença por meio dos atendimentos para prevenir, diagnosticar e tratar o câncer de pele”, diz Lyra.

Além de promover atendimento a toda a população capixaba, o PAD/Ufes é um espaço de ensino-aprendizagem que envolve estudantes dos cursos de Medicina, Enfermagem, Ciência da Computação e Engenharia da Computação da Universidade (estes últimos são responsáveis pelo desenvolvimento e pela manutenção do Software de Análise Dermatológica - Sade, que coleta, armazena e estrutura dados dos atendimentos do PAD). O programa atua em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa/ES), secretarias municipais de saúde e instituições religiosas.

Mais informações podem ser obtidas no perfil do PAD/Ufes no Instagram.

Fotos: PAD/Ufes

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