
Cerca de cem peças cotidianas e ritualísticas de povos ancestrais africanos estarão expostas na Galeria de Arte e Pesquisa (GAP) da Ufes, reunidas na mostra Arte Africana: Máscaras e Esculturas, que será aberta ao público nesta quinta-feira, 14, às 18 horas. Antes da inauguração, às 17 horas, haverá um bate-papo com Renato Araújo e Tomas Alvim – curadores da exposição ao lado de Marisa Moreira Salles e Danilo Garcia – no Cine Metrópolis.
As peças fazem parte da Coleção África, da editora BEI, compondo um acervo de mais de 700 objetos de origem similar, construído ao longo de 20 anos. Na exposição, o público poderá contemplar máscaras, esculturas, joias, colheres, bancos e outros utensílios de uso cotidiano ou simbólico de povos originários de diversas regiões da África.
Segundo Tomas Alvim, o recorte do acervo transportado para a GAP privilegiou as diversidades etnográfica e de objetos. “As máscaras e as esculturas pertencem a povos da África praticamente inteira, percorrendo as duas costas do continente, cada um deles com suas individualidades. A ideia é mostrar como a estética está presente na dimensão cotidiana desses povos e como a forma e a função caminham juntas nas culturas ancestrais”, afirma o curador.
Alvim destaca também o caráter cerimonial de algumas peças, cuja dimensão contemplativa nasceu apenas a partir do olhar europeu. “Não foi uma arte criada para ser exposta. São objetos que fazem parte de um cotidiano simbólico, anímico e espiritual, conectados a tradições milenares dos povos. Quando essa arte é descoberta pelos modernistas franceses, ela ganha essa condição de exposição”, diz.
A partir desta quinta em Vitória, Arte Africana: Máscaras e Esculturas já passou por Goiânia (GO), Araxá (MG), Uberlândia (MG) e Ouro Preto (MG). Apesar dos feedbacks positivos nas cidades em que esteve, a abertura da exposição em um novo local gera expectativa nos curadores. “Sempre há expectativa por ser uma arte menos usual que a tradicional”, diz Alvim. “O acervo foi sendo formado a partir do encantamento que as peças provocam. Por isso surgiu a ideia de itinerar com a exposição, para reproduzir esse efeito que elas tiveram em nós”, afirma.
A exposição fica em cartaz até o dia 17 de outubro e pode ser visitada de terça a sexta-feira, das 9 às 12 e das 13 às 17 horas. Grupos e escolas podem agendar visitas guiadas por meio deste formulário.