Universidade Federal do Espírito Santo
Três filmes renovam a programação do Cine Metrópolis nesta quinta-feira, 11. Grande vencedor do Festival de Brasília em 2024, o longa nacional Suçuarana estreia com a promessa de uma história intrigante e cheia de mistérios. Já Dormir de Olhos Abertos, dirigido pela alemã Nele Wohlatz, é um retrato intimista da experiência de imigrantes no Brasil. A programação desta semana ainda abre espaço para o relançamento do clássico Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles, da cineasta belga Chantal Akerman.
Dirigido por Clarissa Campolina e Sérgio Borges, Suçuarana acompanha Dora, uma mulher que vive há mais de dez anos pelas estradas brasileiras, sem raízes nem destino. Dessa vez, porém, ela procura Suçuarana, uma terra desconhecida e aparentemente misteriosa que sua falecida mãe mencionava, enquanto atravessa uma paisagem devastada pela mineração. Livremente inspirado no livro A fera na selva, de Henry James, o filme se transforma quando Dora reencontra um cachorro que havia abandonado há muitos anos, que passa a guiá-la para uma aldeia remota.
Elogiado pela crítica internacional, Dormir de Olhos Abertos chega aos cinemas brasileiros cercado de expectativa. A trama retrata três imigrantes chineses – Kai, Fu Ang e Xiaoxin – que chegam a Recife para construir suas próprias histórias. Entre andanças, encontros e desencontros, os três protagonistas compartilham suas jornadas enquanto tentam se adaptar e entender a nova cultura que os cercam.
Obra das mais importantes da história do cinema, Jeanne Dielman, 23, Quai du Commerce, 1080 Bruxelles volta às telonas para celebrar seus 50 anos de estreia. Lançado em 1975, Jeanne Dielman narra três dias na vida de uma viúva que equilibra suas atividades domésticas com o trabalho sexual ocasional. A desintegração gradual de sua rotina oferece uma visão do cotidiano feminino urbano. Em 2022, o filme foi coroado como o “melhor filme de todos os tempos” pela prestigiosa revista Sight & Sound, solidificando seu lugar canônico e atraindo uma nova geração de espectadores.
Segue em cartaz o documentário Amazônia, a nova Minamata?, de Jorge Bodanzky.
Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 11 a 17 de setembro:
Suçuarana, de Clarissa Campolina e Sérgio Borges (Brasil, 2025)
Dora passou os últimos anos na estrada, em busca de uma terra perdida onde imagina que possa encontrar pertencimento. Em meio a encontros com outros viajantes e guiada por um misterioso cachorro, ela atravessa um território em ruínas devastado pela mineração.
Dormir de Olhos Abertos, de Nele Wohlatz (BRA/ARG/TWN/DEU, 2025)
Uma cidade de praia no Brasil. Fu Ang, Kai e Xiaoxin quase não se encontram nessa comédia sutil de mal entendidos. Mas, ao longo de um verão longo e quente, relações delicadas são formadas entre eles, como ilhas em águas infestadas por tubarões.
Jeanne Dielman, 23, quai du Commerce, 1080 Bruxelles (Relançamento), de Chantal Akerman (BEL/FRA, 1975)
Três dias na vida de uma dona de casa viúva e solitária, cujas tarefas incluem arrumar as camas, preparar o jantar para seu filho e alguns truques para sobreviver. Lentamente, a ritualizada rotina diária de Jeanne Dielman começa a desmoronar.
Amazônia, a nova Minamata?, de Jorge Bodanzky (Brasil, 2025)
Este documentário acompanha a saga do povo Munduruku para conter o impacto destrutivo do garimpo de ouro em seu território ancestral, enquanto revela como a doença de Minamata, decorrente da contaminação por mercúrio, ameaça hoje os habitantes de toda a Amazônia.
Confira os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.
