Filarmônica de Mulheres une classicismo e romantismo em concerto gratuito no Teatro Universitário

04/09/2025 - 14:55  •  Atualizado 05/09/2025 16:39
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Cartaz de divulgação do concerto

Classicismo e romantismo se encontram no palco do Teatro Universitário nesta sexta-feira, 5. A partir das 20 horas, a Filarmônica de Mulheres do Espírito Santo (Femes) sobe ao palco para apresentar o concerto Razão e Sensibilidade, executando obras dos compositores Antonio Salieri, Guadalupe Olmedo e Wolfgang Amadeus Mozart, sob a regência da maestra Alice Nascimento.

A entrada é gratuita, e as pessoas interessadas devem se inscrever neste formulário. Além do concerto, o espetáculo terá a presença da artista Raquel Falk, que pintará uma obra inédita durante a apresentação.

Parte da série Cantos de Luz e Sombras, o concerto une dois períodos históricos que se contrapõem e se completam: enquanto nas composições do classicismo predominam a clareza e a simetria, as peças do romantismo primam pelos excessos.

“Queremos que o público tenha a experiência de vivenciar a música de dois tempos e lugares diferentes”, explica Alice Nascimento. “Uma música feita no século XVIII, na Europa, e outra no século XIX, no México. A música do classicismo trabalha com contrastes, enquanto o período romântico tem uma intensidade muito maior, mais exagero na sua dinâmica.”

Dentro do repertório classicista, a orquestra reunirá dois compositores que, no imaginário de muitos apreciadores da música erudita, eram grandes rivais. Segundo a maestra, por muito tempo correu a história de que Mozart e Salieri, compositores contemporâneos na Áustria do século XVIII, eram inimigos. O mito, inclusive, motivou a criação de peças e filmes em torno das biografias dos músicos.

“É óbvio que havia uma disputa dentro do mercado musical, mas não como apareceu em peça de teatro e em filme. Então, pensamos em fazer uma obra do Salieri, que virou uma espécie de vilão no imaginário das pessoas, e trazer também o Mozart – os dois juntos no palco”, explica.

Pioneira

Além dos compositores consagrados, a Femes lança luz sobre a mexicana Guadalupe Olmedo, primeira mulher formada em composição no Conservatório Nacional de Música do México. Morta precocemente, aos 32 anos, a pianista deixou cerca de 20 peças musicais ainda pouco conhecidas do grande público.

“Desde 2021, quando começamos a série, passamos a pesquisar obras de mulheres. Nesse trabalho, descobrimos compositoras brasileiras, latinas, europeias, de várias origens. Guadalupe Olmedo era uma musicista muito respeitada na academia e na sociedade mexicana. É uma compositora que precisamos jogar luz, na obra e na vida dela”, afirma Nascimento.

Após o concerto no teatro, a Femes se apresentará no Teatro Sonia Cabral, no dia 22 de outubro, e no Sesc Glória, no dia 4 de dezembro, em um concerto especial de Natal. “Somos uma orquestra que se autossustenta, que vai atrás, faz seus projetos, busca leis de incentivo. Desejamos inspirar as meninas e as mulheres a buscarem seus sonhos”, diz a maestra.

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