Uma amostra da produção artística de estudantes da Ufes ocupa a Galeria de Arte e Pesquisa (GAP), no campus de Goiabeiras, a partir das 18 horas desta quarta-feira, 21, em mais uma edição da exposição DAVisuais. A mostra reúne obras de 20 alunas e alunos dos cursos de Artes Plásticas, Artes Visuais e Design, transitando entre pintura, fotografia e outras linguagens.
Parte da programação anual da GAP, a exposição DAVisuais traz nesta edição o tema Identidade: um lugar para poder ser, que baliza as abordagens dos artistas selecionados. Segundo a professora e coordenadora da galeria, Cláudia França, que assina a curadoria ao lado da professora Gilca Flores e dos estudantes Guilherme Brasil e Gabriel Toscano, há elementos que aproximam os trabalhos, como o próprio tema da exposição, mas também fatores que os distanciam.
“Há o fato do caráter relacional que envolve o conceito de identidade, ou seja, há sempre uma negociação entre a vida privada de alguém e seus modos de socialização, entre o subjetivo e o intersubjetivo”, explica França. Para ela, a riqueza da mostra reside também na sua diversidade, isto é, como cada artista “interpreta sua identidade ou é interpelada por ela”.
“São trabalhos que, mais do que respostas, posicionam-se como perguntas à velha pergunta: ‘quem sou eu (neste momento)?’ E, como visualidades e materialidades instaladas no espaço expositivo, transferem essa pergunta para cada qual que está ali, a interagir com os trabalhos artísticos”, afirma a professora.
Nova geração
A exposição é parte do processo de formação dos estudantes, dando-lhes a oportunidade de apresentar seus trabalhos para um público amplo, além de envolvê-los nas diversas etapas de preparação de uma exposição. Artistas em formação, os estudantes experimentam abordagens e poéticas dentro das atividades dos cursos do Centro de Artes, que podem dar frutos em exposições como o DAVisuais. Para França, as salas de aula e os laboratórios dos cursos são “espaços do erro e de uma certa errância”.
“Errar para que se perceba o desafio de um resultado com a intencionalidade de um determinado fazer. Errar, no sentido de transitar por diversos conteúdos e disciplinas, em busca da experiência”, explica. “Compreendo a Galeria Arte e Pesquisa como um grande laboratório onde estudantes aprendem, aplicam e praticam como propor, montar, dispor, formar, mediar, entre outras atividades. E isso é fundamental em sua práxis.”
Transitando nesse espaço de risco, os artistas trazem consigo traços, segundo a professora, em relação a gerações anteriores, de artistas já consolidados. França destaca a cor como um elemento que surge da reunião das obras no DAVisuais deste ano.
“A cor é mais do que uma visualidade; seu caráter simbólico adquire espessura. Tons terrosos como indicativos do lugar de pertença, pretos e brancos transmitindo dicotomias conceituais, modos de ação. Tonalidades esmaecidas como se fossem memórias se desbotando, tonalidades vibrantes revelando um drama íntimo”, explica a professora.
A exposição fica aberta para visitação até o dia 27 de setembro, de terça a sexta-feira, das 9 às 12 horas e das 13 às 17 horas. Escolas podem agendar visitas com mediação por este e-mail.