Estudantes de Letras-Inglês lançam exposição que analisa a tradução de conteúdos veiculados sobre genocídio em Gaza

20/08/2025 - 17:13  •  Atualizado 22/08/2025 10:10
Texto: Sueli de Freitas     Edição: Thereza Marinho
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Foto dos estudantes posando no local da exposição

Quem passar pela passarela do Centro de Ciências Humanas e Naturais (CCHN) da Ufes até o dia 19 de setembro poderá conferir a exposição Traduzindo o genocídio: o projeto Gaza, resultado de uma pesquisa desenvolvida por estudantes do curso de Letras-Inglês, do Departamento de Línguas e Letras, que analisou a tradução de conteúdos divulgados acerca da guerra em Gaza. Lançada nesta terça-feira, 19 de agosto, a exposição está instalada entre os prédios IC-3 e IC-4.

O projeto foi desenvolvido por três turmas das disciplinas Introdução aos Estudos da Tradução; Práxis - Tradução e Ensino de inglês; e Sociolinguística do Inglês, sob coordenação da professora Júnia Zaidan. Os estudantes trabalharam a temática recobrindo manchetes e imagens da imprensa mundial, utilizando caixa sensorial, varais, dados historiográficos e estatísticos, produções em oficina de desenho, entre outras formas de expressão e suportes textuais.

Segundo a professora Zaidan, “no mundo dos textos verbais, visuais ou verbo-visuais a disputa de sentidos tem impacto ou mesmo define a forma como a realidade é apreendida, difundida e representada na vida social”.

Foto de duas estudantes analisando uma foto

Usando trechos dos trabalhos dos estudantes, a professora afirma que “as palavras nunca são inocentes, não aparecem por acaso numa notícia, declarações ou pronunciamentos de agentes de governos ou Estados; cada termo escolhido carrega consigo uma intenção, às vezes explícita, outras vezes tão sutil que passa despercebida, e isso molda o olhar de quem lê”.

Assim, “o ato tradutório não é apenas trocar palavras de uma língua para outra; é decidir como um acontecimento será percebido por um público diferente, com referências culturais próprias e sensibilidades específicas. Nesse processo, quem enuncia ocupa sempre uma posição que não é de neutralidade. Ao optar por manter uma expressão carregada de emoção, trocá-la por um eufemismo ou buscar um termo mais direto e enfático, disputa-se o espaço discursivo e o próprio debate público”.

Fotos: Acervo da pesquisa

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