Nesta quinta-feira, 21, estudantes do curso de Geografia têm um encontro marcado às 19 horas com alunos da Escola Estadual de Ensino Médio Augusto Ruschi, de Viana, com a comunidade local e com membros da Associação Intermunicipal Ambiental em Defesa do Rio Formate e seus Afluentes (Asiarfa). O motivo? A apresentação do relatório técnico Expedição na Bacia do Rio Formate, Região Metropolitana da Grande Vitória e Planejamento Territorial: uma experiência de trabalho de campo com diagnóstico e propostas preliminares.
O relatório é fruto do Seminário Bacia do Rio Formate: diagnóstico e propostas preliminares, realizado em fevereiro deste ano, no qual foram apresentados levantamentos e análises a representantes das prefeituras de Viana e Cariacica, da Asiarfa, da Agência Estadual de Recursos Hídricos (AGERH), do Departamento de Geografia da Ufes e de comunidades ribeirinhas. Nesta quinta, será apresentado o diagnóstico comentado, bem como propostas de soluções a curto, médio e longo prazos para mitigar efeitos negativos do uso das águas e da ocupação das margens do rio.
O trabalho foi realizado pelo Laboratório de Pesquisa e Estudos Urbano-Regionais, das Paisagens e dos Territórios (Laburp), vinculado ao Departamento de Geografia e ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Ufes, em parceria com a Asiarfa, como parte da disciplina Planejamento Territorial.
A expedição na bacia do rio durou apenas um dia, mas a preparação para o campo e a pesquisa levaram cerca de três meses e envolveram dez alunos da graduação, sob orientação do professor Claudio Zanotelli. Foi feita coleta de água para identificar a poluição por esgoto e metais pesados, e realizado um diagnóstico rápido e participativo do estado do território e da paisagem do rio ao longo de toda a sua bacia hidrográfica, que tem 34 quilômetros de extensão. Em seguida, foram mapeados os pontos de coleta e registradas imagens e filmes com a utilização de um drone.
Constatou-se que o rio, apesar de ser urbano e sofrer diversos impactos, em função da ocupação de parte de suas margens e de esgotos sanitários que são lançados nele, tem qualidade de água média e é relativamente preservado, sobretudo nas áreas rurais que atravessa.
  “A preservação é resultado de mobilizações da Asiarfa, que fizeram com que parte das invasões às margens fosse retirada e que os efluentes industriais fossem tratados antes de serem descarregados na calha do rio. Mas constatamos que alguns trechos precisam de atenção especial e intervenções para preservar e regenerar o curso de água”, avalia Zanotelli.
Aprendizado
Para o universitário Jailson Thomazelli, participar do trabalho foi uma experiência valiosa e o principal desafio superado foi a corrida contra o tempo. “Aprendemos muito. O resultado final me surpreendeu, devido ao pouco tempo que tivemos e a grandeza do trabalho em si”, conta.
A também universitária Luisa Fragoso comenta que já tinha realizado outros trabalhos que envolveram aula de campo e laboratório, mas este possibilitou uma experiência única, “em relação à compreensão do planejamento urbano e dos rios que permeiam os centros”.
Na avaliação de Zanotelli, trabalhos de extensão como este são importantes por colocarem os alunos em contato com problemas socioambientais e com as comunidades em que estão inseridos. “Eles são confrontados com problemas reais com os quais devem trabalhar, contribuindo para melhorar a vida cotidiana e para um planejamento integrado juntamente à sociedade”, destaca.
Fotos: Acervo do projeto
            Universidade Federal do Espírito Santo