Estreias desta semana no Cine Metrópolis abordam identidade e ancestralidade

09/07/2025 - 15:16  •  Atualizado 09/07/2025 15:43
Texto: Leandro Reis     Edição: Thereza Marinho
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Cena de Ovnis, Monstros e Utopias, na qual aparecem duas mulheres e um homem de costas, andando em uma floresta com denso nevoeiro

A nova programação do Cine Metrópolis chega nesta quinta-feira, 10, com duas estreias que exploram temas como identidade e ancestralidade. Dirigida por Joana de Sousa, Ricardo Branco e André Godinho, a coletânea portuguesa Ovnis, Monstros e Utopias: Três Curtas Queer mergulha na ficção científica e no horror para discutir questões de desejo e diferença. Já Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, documentário brasileiro assinado por Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna, reconstrói a busca por um pai desaparecido, entrelaçando memória coletiva e resistência indígena.

Exibida em festivais como o Queer Lisboa, Ovnis, Monstros e Utopias: Três Curtas Queer chamou atenção por sua abordagem experimental. A coletânea é composta por Entre a Luz e o NadaSob InfluênciaUma Rapariga Imaterial, conectando os mistérios de cada obra e fortalecendo seu sentido de representatividade.

Sucesso na tradicional Mostra de Tiradentes, Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá acompanha a busca de Sueli Maxakali e Maísa Maxakali pelo pai, Luis Kaiowá, de quem foram separadas durante a ditadura militar no Brasil. Ao longo do filme, a procura das irmãs ecoa as lutas dos povos indígenas em defesa de seus territórios e modos de vida.

Continuação

Segue em cartaz o documentário Criaturas da Mente, de Marcelo Gomes, que retrata a investigação do neurocientista Sidarta Ribeiro sobre os mistérios do sonhar.

Confira as sinopses dos filmes em cartaz no Cine Metrópolis de 10 a 16 de julho:

Ovnis, Monstros e Utopias: Três Curtas Queer, de Joana de Sousa, Ricardo Branco e André Godinho (Portugal, 2024)

Produção portuguesa que acompanha três histórias curtas do universo queer. Entre a Luz e o NadaSob InfluênciaUma Rapariga Imaterial foram vistos por diversos festivais, mas agora o público poderá assistir as obras e notar a semelhança entre elas. Como em uma constelação, os mistérios presentes em cada obra se conectam e aumentam o sentido de representatividade dos filmes.

Cena de Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá na qual aparecem duas mulheres indígenas sentadas no interior do que parece ser uma oca

Yõg Ãtak: Meu Pai, Kaiowá, de Sueli Maxakali, Isael Maxakali, Roberto Romero e Luisa Lanna (Brasil, 2024)

Documentário que acompanha a busca de Sueli Maxakali, uma das diretoras do longa, e Maiza Maxakali pelo pai desaparecido. Durante a ditadura militar brasileira, Luis Kaiowá foi levado e afastado completamente da vida que levava. Agora, mesmo após 40 anos, suas filhas se mantêm firmes na jornada de encontrá-lo, mas se deparam com uma dura realidade para os povos originários: além do desejo pessoal, elas passam a enxergar as etnias indígenas Tikmũ’ũn e Kaiowá dentro de suas lutas por defesa de seus territórios e preservações de um modo de vida único, tentando resistir contra um Estado violento.

Criaturas da Mente, de Marcelo Gomes (Brasil, 2025)

O sonho como motor da revolução humana. Esse é o mote de Sidarta Ribeiro, neurocientista brasileiro que, há 20 anos, estuda os mistérios do sonhar. No filme, Sidarta explora como os sonhos e outras formas de acesso ao inconsciente podem transformar a experiência humana. Em sua investigação, propõe unir os saberes ancestrais dos povos originários e de origem africana no Brasil ao conhecimento científico, além de uma reavaliação científica das experiências com alucinógenos.

Veja os horários das sessões na página do Cine Metrópolis.

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