Doutoranda do PPGA lança livro neste sábado, 24, sobre identidade, memória e resistência de grupos ciganos no Brasil

23/05/2025 - 12:51  •  Atualizado 25/05/2025 07:16
Texto: Com informações da assessoria do evento     Edição: Thereza Marinho
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Imagem da capa do livro

A pesquisadora e doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Artes da Ufes (PPGA/Ufes) Déborah Sathler lança neste sábado, 24, o livro Saga Cigana - História Oral de Vida: identidade e gênero. A obra é fruto de mais de uma década de convivência com grupos ciganos no Rio e no Espírito Santo e mergulha em temas como identidade, gênero, memória e resistência cultural.

O lançamento será realizado às 16 horas, no Espaço Cultural Thelema (Rua Graciano Neves, 90, Centro, Vitória).

Com base na história oral, o livro dá protagonismo às vozes ciganas – de mestres, jovens e ativistas – e tem a proposta de desconstruir estereótipos sobre esse povo. A autora também expõe a conexão entre as culturas cigana e afro-brasileira, as marcas do degredo colonial, a segregação territorial e a luta por reconhecimento.

O livro é uma publicação da Editora Cousa em 218 páginas, custa R$ 70 e o lançamento acontece no Dia Nacional dos Povos Ciganos. A programação contará com roda de conversa e sessão de autógrafos com a autora; exposição de arte dedicada à Santa Sara Kali, com Kotha Moreno; e atendimentos com a cartomante Calon Maria Cigana. A partir das 18 horas haverá um pocket show do Duo Yali (o couvert é de R$ 15).

Segundo Sathler, embora o Brasil seja o terceiro país com maior população cigana do mundo (atrás apenas de Romênia e dos Estados Unidos, ainda há muito apagamento: “Pouco reconhecemos a contribuição dos povos ciganos na nossa cultura e na formação do Brasil. Existe uma ideia errada de que eles viveram isolados dos outros povos oprimidos, quando na verdade sempre houve trocas, convivência e resistência conjunta”.

O prefácio da obra é assinado pelo historiador José Carlos Meihy, das universidades de São Paulo (USP) e Stanford, pioneiro em história oral no Brasil. Ele define o livro como “encantador, com uma narrativa elegante e envolvente que traz à tona temas urgentes sobre os ciganos no Brasil de hoje”.

Sobre a autora

Déborah Sathler é mestre em Humanidades, Culturas e Artes pela Universidade do Grande Rio (Unigranrio), premiada internacionalmente em Portugal pelo livro 30 anos da gravação de Madalena do Jucu, e autora de Trilhas; a construção da identidade e memória social dos trabalhadores em alimentação do ES, lançado na Ufes. Atua com a metodologia da História Oral da USP e tem vasta experiência com projetos sociais, memória e identidade cultural.

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