O Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Ufes aprovou este mês uma alteração para melhorar o funcionamento da inserção curricular de ações de Extensão (creditação) na graduação. A modificação visa facilitar a integralização de carga horária dos professores que assumirem disciplinas com horas de extensão.
A Resolução nº 102/2024, que já entrou em vigor, deixa mais explícito para os chefes de Departamento que os créditos de Extensão dessas disciplinas de graduação fazem parte da carga horária didática do professor. “Sem a definição clara, havia professores que não tinham interesse em assumir essas disciplinas, por não ter a carga horária contabilizada em sua completude. Com o novo texto da resolução, a carga horária da extensão dentro da disciplina de graduação é contabilizada normalmente para os encargos docentes”, explica o pró-reitor de Extensão, Ednilson Felipe.
A modificação foi proposta a partir de diálogos com os professores que participaram dos Seminários de Popularização da Extensão, nos quais alguns deles relataram uma necessidade de mais detalhamento desse ponto na Resolução nº 48/2021, que trata da implementação da inserção curricular da extensão nos cursos de graduação da Ufes.
Até 2026, todos os cursos de graduação devem ter 10% de sua carga horária composta de atividades de extensão, sem que haja um aumento na carga horária total do curso. Com isso, os Projetos Pedagógicos de Cursos (PPCs) estão sendo atualizados, passando a conter uma descrição sobre como as ações de extensão serão desenvolvidas pelos alunos regularmente matriculados, seguindo as normas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE) de 2014 e pelo Cepe/Ufes. As pró-reitorias de Extensão (Proex) e de Graduação (Prograd) estão atuando juntas nessa atualização dos PPCs.
Resultados dos seminários
O diretor de Políticas Extensionistas da Proex, Jorge Luiz dos Santos Júnior, afirmou que os Seminários de Popularização da Extensão, realizados pela Proex junto aos centros da Universidade, têm sido fundamentais para refletir sobre as melhores práticas para inserir as horas de extensão na formação da graduação.
“Nove dos 11 centros de ensino já tiveram encontros sobre este tema. Tratamos de vários aspectos relacionados à popularização da extensão – um deles é a inserção curricular. Os pioneiros nesse processo puderam compartilhar exemplos bem-sucedidos, as diferenças em cada curso e as dificuldades, como a falta de clareza relacionada aos encargos docentes que assumem as disciplinas com extensão. Com o novo texto da resolução, esta dúvida está esclarecida”, detalha Jorge Júnior.
Os dois centros que ainda passarão pelos seminários terão um debate para contemplar a necessidade das licenciaturas, que envolve realizar atividades extensionistas dentro de escolas, o que apresenta especificidades e desafios, segundo o professor.
Além da já aprovada proposta sobre os encargos docentes, outra proposta advinda dos seminários seria referente à valorização da extensão na carreira do docente: os participantes dos seminários sugerem que a coordenação em projetos de extensão seja contabilizada para a progressão da classe “adjunto” para “associado” como alternativa à publicação científica.